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"Os Penteados eram ruins", diz galã de "Barrados no Baile" sobre os anos 90

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

30/03/2016 06h00

"Fuller House" e "Arquivo X" ganharam continuações e não faz muito tempo que os "Friends" se reuniram, para loucura dos fãs. O entretenimento mergulha de cabeça nos anos 1990 e um dos maiores ídolos dessa década não está entendendo por quê. "Por que as pessoas estão tão nostálgicas em relação aos anos 1990? Está aí uma boa pergunta", diz Jason Pristeley, o Brandon de "Barrados no Baile" (1990 - 2000), que provocava suspiros com seu topete e camisa larga por dentro da calça. "As roupas eram ruins. Os penteados eram ruins", completa.

Aos 46 anos e com um cabelo mais de acordo com o novo milênio, Jason conversou com o UOL em visita ao Brasil para promover "Zoom", coprodução Brasil-Canadá que chega aos cinemas nesta quinta (31). É quase impossível não errar o nome do ator e chamá-lo de Brandon, mas ele não se importa nem um pouco com isso e nem com perguntas sobre a série que o tornou famoso. "'Barrados no Baile' sempre será parte da minha carreira. É algo que eu vou sempre ter de lidar. E tudo bem, sabe? A série fez muito sucesso e eu fiz muito sucesso com ela. Então, sou feliz em falar disso. Não tenho problema".

Jason, no entanto, tem saudades de uma cena dos anos 1990 que fica um pouco distante de Bervely Hills, mais ao norte, precisamente em Seatlle. "Sinto falta daquela cena grunge de Seatlle. Aquilo foi divertido. Não é uma coisa que eu queria que voltasse, mas eu gosto de ouvir Nirvana e Soudgarden no meu carro de vez em quando", conta.

"Zoom"

Em "Zoom", dirigido pelo brasileiro Pedro Morelli, Priestley foi buscar inspiração na década anterior, nos anos 1980, e nos heróis dela, como Van Damme, Stallone e Schwarzenegger. Seu personagem, Dale, que faz par romântico com Mariana Ximenes, passa de marido ciumento para um "ídolo de cinema de ação brega", na definição do próprio ator. "Foi bastante desafiador e também é muito divertido. No final das contas, o filme é uma comédia. Tentamos nos inspirar nessa era e na qualidade desses caras, Stallone, Van Damme e Schwarzenegger".

Já a personagem de Mariana, Michelle, é uma modelo que não se sente completa na profissão e decide se arriscar como escritora. O filme ainda usa sua personagem para questionar padrões de beleza inalcançáveis. "Acho que é bom trazer essa discussão. Nas redes sociais, a gente vive muito a vida do outro e esquece de viver a sua. Essa reflexão é boa. Quem é você? O que de fato te deixa feliz? O que te preenche? Será que é ficar vendo a rede social do outro e ver como o outro está feliz? Às vezes a realidade nem é bem essa".

Para viver Michelle, Mariana diz que contou muito com o apoio de Priestley, sempre disposto a ajudar no inglês, idioma que a atriz não domina. "Falar em inglês é uma coisa, interpretar é outra. Fui um pouco antes para o Canadá para poder me habituar, ir aos lugares que a minha personagem costumava ir, por exemplo", conta.

Jason fez o movimento inverso e diz ter vivido uma "experiência brasileira autêntica por aqui". "Quando estávamos filmando em Trindade (RJ), senti que é um lugar muito autêntico brasileiro. Um lugar que brasileiros vão para as férias. Não um lugar para estrangeiros como eu". Em São Paulo para promover o filme, ele diz que nem conseguiria fazer essa comparação de Trindade com São Paulo. "Mas gostei muito de conhecer o Brasil e tomei algumas caipirinhas".