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Stallone, 70: O melhor e o pior de um dos maiores astros do cinema

Sylvester Stallone: entre acertos e (várias) bombas, estrelou mais de 50 filmes - Mike Windle/Getty Images
Sylvester Stallone: entre acertos e (várias) bombas, estrelou mais de 50 filmes Imagem: Mike Windle/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/07/2016 06h00

Amado por muitos e odiado por tantos outros, o ator Sylvester Stallone chega nesta quarta-feira (6) aos 70 anos e ainda como um dos maiores astros do cinema mundial. Para o bem ou para o mal, tudo o que o eterno eterno intérprete de Rocky Balboa faz nas telas vira notícia, principalmente por seu inegável carisma.

Ao longo de quase cinco décadas, ele estrelou mais de 50 filmes. Colocando na balança, há, sim, boas histórias --a principal delas é "Rocky", vencedora do Oscar de melhor filme em 1977--, assim como inúmeras bombas. Quem não se lembra do infame "Cobra", agraciada ainda por uma emblemática dublagem nas sessões da tarde na TV?

Por causa dessa dicotomia nem tão equilibrada assim, o UOL procurou ser justo e separou cinco filmes realmente bons de Stallone, que merecem ser vistos, e outros cinco filmes que precisam ser evitados. Ou não.

Assista sem medo
"Rocky: Um Lutador" (1976) - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

"Rocky, um Lutador" (1976)

Impossível falar de Stallone sem mencionar sua obra-prima. E o mérito aqui não reside apenas no protagonismo do ator. Ainda no início de carreira, ele criou um roteiro de um lutador de boxe fracassado que tem uma nova chance ao enfrentar um ególatra campeão dos peso-pesados. Com drama certeiro e cenas icônicas, a história do esportista que perde no jogo mas vence na vida levou três Oscars: melhor longa, melhor diretor (John Avildsen) e melhor edição. Foi importante ainda ao popularizar o uso da portátil steadicam, que revolucionou as tomadas de longas de ação. Se você tiver quer apenas um filme de Stallone, ele precisa ser "Rocky".

Sylvester Stallone e Michael B. Jordan em cena de "Creed: Nascido Para Lutar" - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

"Creed - Nascido para Lutar" (2015)

Sucesso mundial de baixo orçamento, "Rocky" ganhou seis continuações. A maioria delas nem de longe traz o brilho da história original, mas é inegável que velhas faíscas voltaram a se acender nas últimas duas sequências: "Rocky Balboa" (2006) e, principalmente, em "Creed: O Legado de Rocky". Neste último, Rocky tem de treinar Adonis (Michael B. Jordan), filho do ex-rival e amigo Apollo Creed, que ele vê com olhos paternais. A atuação comovente foi reconhecida pela Academia, que indicou Sly este ano ao prêmio de melhor ator coadjuvante. Não levou, mas venceu o Globo de Ouro.

Cena da animação "FormiguinhaZ" - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

"FormiguinhaZ" (1998)

Muitos não se lembram, mas a animação dos estúdios Dreamworks tem a marca de Sylvester Stallone. Na trama, ele dá voz ao personagem Weaver, uma formiga grandalhona, ex-soldada, que serve como contraponto ao revolucionário protagonista Z (Woody Allen). Descrito como sensível e deslumbrante, com humor capaz de fisgar crianças e adultos, "FormiguinhaZ" é um dos grandes sucessos de crítica de Sylvester Stallone, que está em boa companhia. Dan Aykroyd, Danny Glover, Jennifer Lopez e Sharon Stone também estão entre os dubladores.

Cena de "Rambo - Programado para Matar" (1982) - Reprodução - Reprodução
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"Rambo: Programado para Matar" (1982)

OK, há motivos para torcer o nariz para essa franquia, que traz atuações não muito expressivas de Sylvester em inúmeras continuações. Mas o primeiro título da série, que leva o nome de "First Blood" em inglês, é um dos grandes filmes de ação dos anos 1980. Dirigida por Ted Kotcheff, a história é baseada na obra homônima do escritor David Morrell, sobre um soldado americano que é aprisionado durante a Guerra do Vietnã e, após o conflito, tem de se readaptar à sociedade. Certeiro, o filme é mais do que suas cenas de bala e amas de fogo, e o carisma dos personagens, especialmente o de Sly, fazem eventuais furos no roteiro valerem a pena.

Stallone em Cena de "Cidade de Tiras" (1997) - Reprodução - Reprodução
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"Cidade de Tiras" (1997)

"Cidade de Tiras" traz Stallone no papel de um sujeito com problemas auditivos que é escolhido para ser xerife de um pequeno vilarejo em Nova Jersey. Lá, morada de vários outros policiais, ele vai tomando consciência de uma intrincada rede de corrupção e assassinato. Novidade? A polícia é suja. Apesar de não ser brilhante, o suspense policial do cineasta James Mangold tem lá seus momentos, abrilhantados por um roteiro de intrigas e pelas atuações de Robert De Niro, Harvey Keitel e Ray Liotta. Para o papel, Sly teve de engordar 18 kg e, devido ao baixo orçamento da produção, aceitar receber o salário mínimo do sindicato dos atores.

Evite assistir (ou por sua conta e risco)

Sylvester Stallone em cena de "Stallone Cobra" (1986) - Reprodução - Reprodução
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"Stallone Cobra" (1986)

Com o sucesso de “Rocky” e “Rambo”, Stallone estava com tudo nos anos 1980, inclusive para embarcar no previsível fiasco de “Cobra”. Na trama, ele vive um policial especializado em serviços considerados de alto risco, como proteger uma bela modelo de um assassino. Lançado dois anos após “O Exterminador do Futuro”, o filme repete alguns clichês da história de Schwarzenegger e traz até um vilão fisicamente parecido. Foi indicado a seis categorias do Framboesa de Ouro, que premia os piores de Hollywood. Algo salva? Bem, se você curte uma boa zoeira e uma dublagem clássica dos anos 1980, esse pode ser o seu filme.

Stallone em cena de "Falcão - O Campeão dos Campeões" (1987) - Reprodução - Reprodução
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"Falcão - O Campeão dos Campeões" (1987)

Clássico da “Sessão da Tarde”, o roadie movie traz Sylvester como um motorista de caminhão que tenta reconquistar o filho (David Mendenhall) ao tornar-se campeão de queda de braço. O roteiro é tão estranho quanto o resultado final, uma mistura de drama e ação, com trilha sonora roqueira. Recebeu três indicações ao Framboesa de Ouro, com David Mendenhall vencendo dois, tanto para pior ator coadjuvante e pior nova estrela, enquanto Sly acabou indicado para pior ator. Se assistir a esta bomba te traz lembranças nostálgicas, OK. De resto, não há muito perdão.

O juiz Joseph Dredd (Sylvester Stallone), em "O Juiz" (1995) - Reprodução - Reprodução
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"O Juiz" (1995)

Fãs de quadrinhos costumam ter urticária com a adaptação cinematográfica do personagem da HQ 2000 AD. Num futuro distópico com cidades superpovoadas, o mundo tem como símbolo da ordem oficiais de rua que são uma mistura de juiz e policial. O mais famoso e temido deles é Dredd (Stallone), que precisa provar que não cometeu um assassinato. Roteiro ruim, ação previsível, atuações lamentáveis. Quase nada se salva no longa, que foi desprezado por público e crítica. Até John Wagner, criador do personagem, não perdoou "O Juiz", dizendo que o filme do diretor Danny Cannon "tentou fazer demais" e "contou a história errada".

Cena de "Rhinestone - Um Brilho na Noite" (1984) - Reprodução - Reprodução
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"Rhinestone - Um Brilho na Noite" (1984)

Imagine o tímido e sisudo Sylvester Stallone estrelando uma comédia musical ao lado da cantora pop country Dolly Parton, autora do hit "I Will Always Love You"? Por incrível que pareça, isso de fato aconteceu. Em “Rhinestone”, Stallone é o taxista Nick Martinelli, que conhece a espalhafatosa estrela da música country Jake Farris. Por causa de uma aposta, ela tenta transformá-lo em cantor de sucesso. Do argumento às atuações, tudo parece forçado na trama. Não por acaso, o filme foi indicado a nove prêmios do Framboesa de Ouro, incluindo o de pior ator.

Cena de "O Garanhão Italiano" (1970) - Reprodução - Reprodução
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"O Garanhão Italiano" (1970)

O passado costuma condenar, e com Sylvester Stallone a máxima não é diferente. O primeiro filme do ator é um pornô leve, que rendeu a ele apenas US$ 200 de cachê. Na história, o futuro astro está em uma relação quente com a namorada (Henrietta Holm) e não economiza em cenas de sexo, incluindo sadomasoquismo. O filme é tão ruim que, perto dele, até as cenas de "Cinquenta Tons de Cinza" conseguem parecer instigantes. Sly já afirmou em entrevistas que só aceitou o papel porque estava na pindaíba, despejado de seu apartamento na época e sem ter onde morar. Vale, talvez, pela curiosidade, ainda que um tanto mórbida.