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Em seu último filme, Elke viveu um casal "porra louca" ao lado de Serguei

Protagonistas de "Lua em Sagitário", Fagundes Emanuel e Manuela Campagna abraçam Serguei e Elke - Divulgação
Protagonistas de "Lua em Sagitário", Fagundes Emanuel e Manuela Campagna abraçam Serguei e Elke Imagem: Divulgação

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

16/08/2016 16h47

Elke Maravilha já foi prostituta, heroína extraterrestre e rival de Xica da Silva nos cinemas, mas em sua última aparição na telona, a atriz e modelo --que morreu nesta terça-feira (16) aos 71 anos-- recebeu um pedido especial: que vivesse a si própria no set de filmagem.

"Eu pensei o personagem para ela. A Elke fez parte da minha geração. Era uma figura que estava ali, sempre à frente de tudo", contou ao UOL Marcia Paraiso, diretora do filme "Lua em Sagitário". Espécie de aventura juvenil, o longa tem estreia prevista para setembro e marca a última aparição de Elke nos cinemas --ela também pode ser vista no filme "Carrossel 2", ainda em cartaz nos cinemas brasileiros.

Elke tem destaque em uma cena especial, quando os jovens protagonistas Fagundes Emanuel e Manuela Campagna pedem abrigo após a motocicleta quebrar na estrada. A atriz será vista no filme com o rosto pintado e com dreads no cabelo, e se dirigindo aos jovens com o indefectível termo "criança", como costumava dizer na vida real.

Ao seu lado estará o marido, vivido pelo roqueiro Serguei. "Um casal porra louca", definiu a cineasta. Segundo a diretora, os dois artistas --que já se conheciam desde 2004, quando desfilaram juntos na São Paulo Fashion Week-- dividiram uma relação de intimidade nos cinco dias de gravação na serra catarinense, no primeiro semestre de 2015. "Serguei tinha o costume de tirar a calça logo no café da manhã e Elke dava bronca, parecia já ser mulher dele", relembrou Marcia.

Elke Maravilha durante as filmagens de "Lua em Sagitário" em 2015 - Silvio F. Marchetto/Divulgação - Silvio F. Marchetto/Divulgação
Elke Maravilha durante as filmagens de "Lua em Sagitário" em 2015
Imagem: Silvio F. Marchetto/Divulgação

As conversas nos intervalos das filmagens também giravam em torno da astrologia, tema presente no filme e na vida de Elke, uma pisciana com ascendente em câncer. "Ela sempre lutou contra topo tipo de preconceito e o 'Lua' é um filme que se propõe a falar disso de forma sutil. A participação é pequena, mas muito importante por ela representar isso".

Marcia contou que acompanhou as últimas notícias sobre a internação de Elke na expectativa de que ela fosse ao lançamento do filme no próximo mês. "Sabíamos que ela estava doente, mas quem conviveu com a Elke, e teve esse privilégio de conhecê-la de perto, ficava com a impressão de que ela era invencível. Era uma pessoa de muita energia. Foi uma pancada receber esta notícia".