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Filme com Rooney Mara incendeia discussão sobre abusos sexuais em Hollywood

Rooney Mara e Ben Mendelsohn em cena de "Una" - Reprodução
Rooney Mara e Ben Mendelsohn em cena de "Una" Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

02/09/2016 18h57

Um filme estrelado por Rooney Mara promete incendiar os polêmicos casos de estupro de Hollywood, como os que envolveram Bill Cosby, Woody Allen e, mais recentemente, Nate Parker, diretor e protagonista de "The Birth of Nation", grande favorito aos Oscar de 2017.

"Una" relata um relacionamento entre uma garota de 13 anos, mais tarde vivida por Mara, e um homem de 40 (Ben Mendelsohn). O filme promete polêmica por não colocar os personagens nas posições de vítimas e abusadores, mas levanta questões: O homem é um criminoso ou uma boa pessoa? Era amor ou abuso?

Em entrevista ao jornal "Los Angeles Times", o diretor Benedict Andrews afirmou que não é uma questão de aliviar a barra do criminoso. "Não há desculpas para o que aconteceu entre Ray e Una (os personagens). É uma relação criminosa inaceitável, mas a história é como se olha para a questão", disse.

Entenda o caso de Nate Parker

Assim como "Una", "The Birth of a Nation" estará no Festival de Toronto. O filme está cotado para ser um dos favoritos ao Oscar, mas diretor e roteirista, Jean Celestin, são acusados de estupro.

Embora Parker tenha sido absolvido das acusações, novas revelações do caso eclipsaram o lançamento do filme, que estreará no dia 7 de outubro nos Estados Unidos após ser a sensação absoluta da última edição do Festival de Cinema independente de Sundance e já como firme candidato ao Oscar, especialmente por seu importante conteúdo racial.

Os fatos remontam a 1999, quando uma jovem, de entre 17 e 18 anos e cuja identidade é mantida em segredo, acusou Parker e Celestin, então estudantes universitários em Penn State, de a terem violentado quando estava inconsciente após ter bebido.

Os dois negaram as acusações de estupro e argumentaram que a relação sexual foi consentida.

Parker, que previamente tinha mantido relações sexuais com a garota que ambas as partes definiram como pactuadas, foi absolvido no julgamento, enquanto Celestin foi condenado inicialmente, mas ganhou a apelação uma vez que a vítima se negou a testemunhar em uma nova audiência.

O site especializado "Variety" revelou agora, após falar com o irmão da jovem, que esta se suicidou em 2012 com uma overdose de soníferos.

O "Variety" afirmou que não há provas que relacionem diretamente o suicídio da mulher com o caso, enquanto o irmão declarou que a jovem sofreu de uma grave depressão após o incidente.

Durante o julgamento, a jovem afirmou que tinha tentado se suicidar duas vezes após o estupro.

O tempo todo, e em qualquer declaração sobre este tema, Parker disse que é inocente e, em mensagem publicada em seu perfil no Facebook depois que o caso voltou à tona, ressaltou de novo que oa relação sexual foi "inequivocamente pactuada".

*Com informações da EFE