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Como Chris Pratt e Jennifer Lawrence se tornaram melhores amigos

Jennifer Lawrence e Chris Pratt falam sobre o filme "Passageiros" durante o CinemaCon 2016, em Las Vegas - Getty Images
Jennifer Lawrence e Chris Pratt falam sobre o filme "Passageiros" durante o CinemaCon 2016, em Las Vegas
Imagem: Getty Images

Eduardo Graça

Colaboração para o UOL, em Los Angeles

04/01/2017 07h00

Foram 17 horas de interação diária, durante quatro meses, para as filmagens de "Passageiros". Chris Pratt, 37, e Jennifer Lawrence, 26, ainda passaram as últimas semanas em um "bromance" público, publicando uma sucessão de fotos engraçadinhas nas redes sociais. Tudo na medida para a divulgação do filme que vai testar nas bilheterias o poder de fogo de dois dos símbolos sexuais do momento em Hollywood.

"Sei de várias histórias de atores que fazem par romântico, aí você acredita que eles formam um casal lindo na tela, têm química e tal, mas a realidade é outra, eles se odeiam, é uma guerra no set", conta Pratt ao UOL. "Com a gente não teve isso. Éramos só nós dois quase que o tempo todo e poderia ter sido difícil, mas não foi. Nós nos tornamos melhores amigos. Esta é a melhor definição de nossa relação hoje", diz ele, que é casado desde 2009 com a atriz Anna Faris, 40, a Cindy Campbell de "Todo Mundo em Pânico".

A amizade fortalecida dá liberdade para que Chris tire uma onda com J-Law, conhecida por seu gênio forte. "Não vou mentir, porque amigos não mentem jamais: eu reclamava bem menos das muitas horas no set. Jennifer é durona, era sempre: 'Pelo amor de Deus, vamos terminar isso, minha gente'", conta ele, sorriso aberto, imitando a voz da colega de elenco. "E eu assinei o contrato antes de ela ler o roteiro. Ou seja, ela já topou fazer 'Passageiros' sabendo bem com quem iria contracenar, provando como ela é realmente corajosa", diz, rindo.

Chris não entrega de bandeja as complicações do romance vivido com J-Law em "Passageiros", mas dá algumas pistas. Detalhes indiscretos: os dois decidiram tomar algumas taças de vinho antes das cenas de sexo mais picantes. "Foi para relaxar um pouco. Porque as filmagens são algo como um primeiro encontro público, um pouco constrangedor".

Um Chris Pratt romântico

"Passageiros", que entra nesta quinta-feira (5) nos cinemas, é centrado na história de Jim e Aurora, que acordam 90 anos antes do tempo previsto, em uma nave destinada a um planeta distante, a ser colonizado por humanos. Quase sozinhos o tempo todo, eles redescobrem os valores da humanidade e do amor romântico, em meio a uma série de eventos que podem causar a morte dos outros 5.000 dorminhocos colonos.

Dirigido pelo norueguês Morten Tyldum, 49, que foi indicado ao Oscar de melhor diretor em 2015 por "O Jogo da Imitação",  "Passageiros" é, segundo o próprio Pratt, "1/3 romance, 1/3 aventura e 1/3 drama", com elementos de comédia que, dessa vez, não são garantidos por seu personagem. O alívio cômico é dado pelo inglês Michael Sheen, 47, o Dr. William da série "Masters of Sex", no papel de um garçom-robô.

"Nunca havia feito um protagonista romântico, sem falas mais engraçadinhas. Isso é novidade para mim", diz Pratt, um ator de papeis cômidos, como na série "Parks and Recreation" e em filmes como "Noivas em Guerra", "Guardiões da Galáxia" e "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros". "Sem trocadilhos, explorei um espaço que não conhecia antes. Mais do que repetir o velho clichê de que amei a experiência, fico com o que foi recompensador. Mexi em áreas que, como ator, não havia tocado antes".

Trailer legendado de "Passageiros"

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O papel da ficção científica

A profusão de filmes de ficção-científica relacionados à conquista do espaço pela humanidade é muito bem-vinda por Pratt. Para ele, é o espaço ideal para se fazer certos questionamentos, científicos e filosóficos, que não têm lugar em filmes dramáticos passados no tempo presente.

Nunca fui exatamente um sci-fi nerd, mas comecei a me apaixonei por esse gênero por causa de sua reinvenção nos últimos anos, tanto na literatura quanto no cinema. Por exemplo, 'Guerra Mundial Z', um livro excepcional, que gerou um filme bem bom. Você parte de algo cientificamente impossível, o apocalipse causado por zumbis, para discutir questões que nos interessam rotineiramente", diz ele. "Quando ficção-científica é bem-feita, ela te faz deixar de lado o ceticismo e transportar nossos problemas, nossas questões sobre relacionamento, para um lugar neutro, fantasioso, mas real durante aquelas 2 horas de projeção na sala de cinema".

E "Passageiros" é uma investigação sobre o que de fato é a matéria-prima da conexão entre dois humanos. Quando isolados do mundo --literalmente, no caso do filme--, o que os une, os faz querer seguir adiantes, de mãos dadas? "Será que o confinamento solitário não é, em todas as suas matizes, o pior castigo, a maior tortura para o ser humano? Viver em comunidade ainda será importante, crucial para nosso bem-estar, no futuro? Por que ainda será importante entender o outro, compartilhar suas emoções? Bem, vá ver o filme", aconselha.