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Após 20 anos, diretor pede desculpas e explica mamilos de "Batman e Robin"

Alice Silverstone, George Clooney e Chris O"Donnell em imagem de divulgação de "Batman e Robin" - Divulgação
Alice Silverstone, George Clooney e Chris O'Donnell em imagem de divulgação de "Batman e Robin" Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

13/06/2017 22h04

Você é daqueles que simplesmente execram "Batman e Robin" (1997)? Que o consideram o pior e mais esquecível capítulo da saga do homem-morcego? Não se preocupe, você está em uma ilustre companhia. O próprio diretor Joel Schumacher reconheceu abertamente que naufragou na produção, a mais criticada da franquia e que já foi listada como uma das piores de todos os tempos.

“Eu queria me desculpar com cada fã que ficou triste ou desapontado. Eu devo isso, pois eu era o único que queria fazer uma sequência, enquanto a Warner não estava confiante", desabafou o cineasta em entrevista à revista "Vice".

Esta é a primeira vez que Schumacher se mostra tão abertamente arrependido de ter feito o longa. Entre as reclamações mais recorrentes dos fãs, estão o elenco, o tom da narrativa e a forma como o diretor construiu Gotham City, que aparece colorida e cheia de luzes neon.

Os mamilos à mostra nos trajes dos protagonistas e a maneira como a poção do amor é usada pela personagem Hera Venenosa também foram alvos de críticas por parte de fãs e jornalistas, pois não fariam jus ao que a sombria história do Batman representa.

Schumacher também explicou os mamilos polêmicos: "Quando 'Batman Forever' saiu, a técnica de moldar borracha tinha avançado muito. Então eu disse para afzermos [o traje] anatômico, e dei [para Bob Ringwood, o artista que criou o traje] fotos de estátuas gregas e desenhos anatômicos incríveis de livros médicos. Ele fez os mamilos e, quando vi, achei que tinha ficado legal".

Estrelada por George Clooney, Chris O'Donnell, Alicia Silverstone, Arnold Schwarzenegger e Uma Thurman, a história tem apenas 11% de aprovação no site Rotten Tomatoes, que faz um compilado das avaliações dos críticos.

Em termos de público, o filme também não pode ser considerado um grande sucesso, já que faturou US$ 238,2 milhões, ante um orçamento de US$ 125 milhões.

Arnold Schwarzenegger, que viveu o vilão Mr. Freeze em "Batman e Robin" - Reprodução - Reprodução
Arnold Schwarzenegger, que viveu o vilão Mr. Freeze em "Batman e Robin"
Imagem: Reprodução
A má recepção de "Batman e Robin" fez, inclusive, a Warner abrir mão do personagem por um tempo. Um dos mais populares do mundo, o herói só voltaria em 2005, em outro universo, com o elogiado "Batman Begins", dirigido por Christopher Nolan.

“Eu nunca planejei fazer o filme ['Batman e Robin'], um grande blockbuster. Meus outros filmes eram menores e obtiverem sucesso com o público, não frequentemente com a crítica, e esse é o motivo que nos levou a escrevê-los. Depois de 'Batman e Robin', eu virei escória. Era como se tivesse assassinado um bebê."

Dois anos antes do fracasso maior, Joel Schumacher (de filmes como "Os Garotos Perdidos" e "O Cliente") dirigiu "Batman Forever" (1995), que marcou a saída de Tim Burton da direção da franquia e também de uma primeira avalanche de críticas, embora menos mordazes.

"Quando me convidaram para 'Batman Forever', eu disse que essa era uma franquia do Tim Burton. O Pinguim do Danny Devito estava causando comoção entre os pais. A Michelle Pfeiffer, com aquela roupa fabulosa, também não ajudou as coisas. Pessoas no país inteiro estavam se opondo a tudo", ponderou.

"O Tim, que é um grande amigo meu, então me implorou para eu continuar com a franquia. Por causa da pressão e de que ele estava pronto para se afastar. O que é interessante para mim é que, se você vê a versão do Tim e a minha, você percebe como os telespectadores eram mais inocentes naquela época."