Na era digital, "Dunkirk" mira em formato do passado e Brasil fica de fora

Enquanto o cinema avança nas cópias digitais, o aguardado novo filme de Christopher Nolan, diretor de “O Cavaleiro das Trevas” e “A Origem”, mira em um formato do passado.

O drama de guerra “Dunkirk” fará sua estreia nos Estados Unidos com uma cópia especial em 70 mm em 125 salas.

É o maior lançamento no formato nos últimos 25 anos – e a prova cabal da influência do diretor e sua crença na superioridade dessas exibições.

O formato alcançou seu apogeu nos anos 1950 e 1960 na projeção de filmes épicos como “Lawrence das Arábias” e “Ben-Hur”.

Assim como Nolan, os cineastas Paul Thomas Anderson e Quentin Tarantino investiram no formato nos filmes “O Mestre” e “Os Oito Odiados”, respectivamente.

Para eles, um filme em 70 mm traz imagens mais nítidas e pictóricas, justamente por ser a maior de todas as bitolas cinematográficas (mais larga e com espaço para 6 pistas de som).

No entanto, o Brasil ficará mais uma de fora da exibição especial, já que as bitolas de 70 mm estão extintas por aqui. Apenas os cinemas IMAX poderão exibir o filme neste tamanho – embora a exibição seja digital.

Até mesmo nos Estados Unidos o circuito é restrito, desde que as redes de cinema abraçaram as exibições digitais, pelo custo mais baixo. É preciso um cineasta com enorme influência para obrigá-los a tirar equipamentos antigos dos armários e contratar pessoal que possa trabalhar com projetores mais antigos.

Com seu último filme, Tarantino conseguiu convencer 100 salas de cinema a exibir “Os Oito Odiados no formato” e o próprio Nolan bateu o pé para que “Interstellar”, seu último filme, fosse exibido em 70 mm em 50 salas.

“Dunkirk” promete elevar ainda mais a excelência da imagem. Além do formato, o diretor usou câmeras de alta resolução 2D da IMAX.

Para quem tiver a sorte, a pré-venda das exibições especiais de “Dunkirk” começam a ser vendidos nesta quarta-feira (5). No Brasil, o filme está previsto para estrear em 27 de julho.