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Apelido pornô e perna quebrada: amigos revelam se Gentili era "pior aluno"

Danilo Gentili com o diretor Fabrício Bittar - Divulgação - Divulgação
Danilo Gentili transformou suas experiências no colégio no filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola"
Imagem: Divulgação

Renata Nogueira

Do UOL, em São Paulo

10/10/2017 04h00

Danilo Gentili estreia nesta quinta-feira (12) o seu primeiro longa-metragem, "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", aproveitando a data em que se comemora o Dia das Crianças para lembrar histórias vividas por ele mesmo quando era uma. Mas será que o humorista era mesmo tudo aquilo que é mostrado no filme? Para descobrir, fomos atrás dos amigos que dividiram com ele as carteiras do colégio Etip, em Santo André (SP). 

"Éramos aquele grupo estilo perdedores. Ninguém dava muita bola, estávamos sempre à margem dos caras que eram mais populares na escola. Mas a gente zoava com esse pessoal mais descoladinho", relembra Rodrigo Batista Silva, que conhece Danilo há 30 anos e estudou com ele durante 4 anos do Ensino Fundamental e também nos 3 anos de Ensino Médio cursados na ETEC Jorge Street, em São Caetano do Sul (SP).

"Grande parte das coisas que nós armávamos na escola ficaram em uma pasta dele durante muito tempo. O livro surgiu dessa pasta de desenhos e planos que a gente fazia para zoar na escola. Tudo o que a gente planejava fazer ele botava no papel. Algumas coisas conseguimos, outras não", diz Rodrigo, que hoje é advogado.

Danilo Gentili com os amigos Flávio (de cinza) e Rodrigo (de azul), que estudaram com ele no Ensino Fundamental - Flávio Souza/Arquivo Pessoal - Flávio Souza/Arquivo Pessoal
Danilo Gentili com os amigos Flávio (de cinza) e Rodrigo (de azul), que estudaram com ele
Imagem: Flávio Souza/Arquivo Pessoal

Danilo Gentili (de lado) e os amigos de infância Ninão e Flávio em foto da época de colégio - Flávio Souza/Arquivo Pessoal - Flávio Souza/Arquivo Pessoal
Danilo Gentili (de lado) e os amigos de infância Ninão e Flávio em foto da época de colégio
Imagem: Flávio Souza/Arquivo Pessoal

Segundo Flávio Souza, outro amigo de Gentili das antigas, a zoeira pesada aconteceu mesmo entre o quinto e oitavo ano do Fundamental - a mesma fase retratada no filme. "A loucura foi nessa fase da Etip mesmo. Nas férias entre a oitava série e o colegial a gente foi para a igreja Batista e se converteu. Fomos tomando linha. Apesar de ser aloprado, o Danilo é cristão", afirma Flávio, que hoje trabalha como músico gospel.

Apesar de aprontar fora da sala de aula, Danilo Gentili era bom aluno, garantem os amigos. "Por incrível que pareça, ele ia bem na escola. O Danilo sempre foi um cara inteligente. Eu ficava até com uma invejinha", revela Flávio, que usava sua habilidade com desenhos para criar colas elaboradas e passar de ano. Ainda assim, já chegaram a ir três vezes no mesmo dia para a temida sala da diretoria. "A zoeira que ele faz hoje, sempre fez. A diferença é que a galera hoje conhece ele. Antes eram só alguns."

O pior aluno da escola?

Apelidos

Danilo Gentili não esconde que seu apelido sempre foi Palmito. Mas tem um outro nome mais pesado pelo qual ele era conhecido na escola: rola. "Porque ele era grande e magro", justifica Rodrigo sem conseguir segurar a risada. "Como ele jogava no gol, colocaram até o nome na camiseta dele de goleiro estilizado com dois L’s. Por ele ser alto, o pessoal chamava de qualquer coisa relacionada a gente alta. Ele sempre foi muito mais alto que todo mundo", lembra Flávio. No filme, Gentili usa até uma espécie de tabela periódica para ensinar seus pupilos a criarem vários apelidos maldosos. 

Queda

Outro episódio que não passou em branco nas memórias dos amigos foi o dia em que o humorista escalou um telhado na escola, caiu e quebrou as duas pernas. "Ele subiu no telhado para pegar alguma coisa e a telha estourou. Eu estava com o lanche lá embaixo e quase que ele cai em cima de mim. Só vi ele caindo bem na minha frente. Esse dia ele quebrou as duas pernas. Ainda bem que não morreu, né. E não caiu em cima de ninguém, não matou ninguém. Mas foi bem trágico. Tinha mais de 10 metros de altura", conta Flávio. "Ele ficou uns 20 dias afastado", completa Rodrigo.

Chaves

"Eu tinha a chave da escola inteirinha. Toda a vez que a gente ia para a diretoria, eu roubava uma chave. Mas não era ladrão, era só zoeira", lembra Flávio. A técnica não foi esquecida por Danilo Gentili, já que no filme os garotos usam uma chave roubada para entrar na sala do diretor Ademar Frederico Melquior, interpretado por Carlos Villagrán, o Quico de "Chaves". O perfil do diretor, aliás, é bastante parecido com a diretora da Etip na época em que o humorista estudou lá, garante Rodrigo.

Purgante

Lembra dos perdedores zoando com os populares? Pois é. "Uma vez colocamos purgante no refrigerante de um cara bem malvadão e foi a maior correria aquele dia. Era um daqueles alunos mais velhos que são repetentes e ficam abusando da gente. Fizemos isso porque sabíamos que ele ia roubar o nosso lanche. Ele teve problemas o dia inteiro com isso", lembra Rodrigo. Quem assistir ao filme vai achar várias referências à situação descrita pelo amigo de Gentili, que ainda confirmou que estourar privadas era zoeira fichinha.