Esqueça o vampiro! Robert Pattinson quer apagar imagem de ícone adolescente
Quem ainda se lembra de Robert Pattinson como o vampiro Edward que brilhava ao sol -- e deixaria Drácula se revirando no caixão -- pode começar a mudar sua visão sobre o ator de 31 anos. Roubando a atenção no incendiário "Bom Comportamento", que chega aos cinemas nesta quinta-feira (19), um dos protagonistas da franquia "Crepúsculo" quer provar, mais uma vez, que o lado galã adolescente é coisa do passado.
Responsáveis pelos indies "Amor, Drogas e Nova York" e "Go Get Some Rosemary", os irmãos Josh e Bennie Safdie apresentam em "Bom Comportamento" a história de Connie Nikas (Pattinson), um ladrão de banco de banco que se mete em uma enrascada e precisa improvisar na marginalidade para conseguir tirar seu irmão da cadeia. Com barba por fazer, olhar cansado, moletom largado e até uma cabeleira loura desleixada (não o corte hermeticamente bagunçado em "Crepúsculo"), o ator tem um dos melhores papéis de sua carreira, como apontam os críticos.
"Puxando para além dos papéis silenciosos pelos quais ele é mais conhecido, o ator transforma-se em um caráter vago e imprudente dirigido contra chances impossíveis", disse Eric Kohn, do "IndieWire". Guy Lodge, da "Variety", aponta que é o melhor trabalho de Pattinson em um enredo que lembra clássicos do cinema como "Um Dia de Cão" e "Taxi Driver", explorando a psicologia humana em situações extremas.
"Que a ira dos defensores de 'Crepúsculo' seja condenada: 'Bom Comportamento' dá a Robert Pattinson facilmente o melhor personagem que ele já interpretou", opinou Tim Robey, do "The Telegraph", que, assim como David Rooney, do "The Hollywood Reporter", elogiou também a direção precisa com closes perturbadores e temas em neon pensados pelos irmãos Safdie.
Não é de hoje que tenta mudar
Sejamos justos, Pattinson nunca foi apenas o vampiresco Edward e sempre tentou expandir seu trabalho. O começo de tudo foi em outro ícone adolescente, "Harry Potter e o Cálice de Fogo", como o corajoso e honesto Cedric Diggory. Na sequência, o ator interpretou Salvador Dalí em produção que unia as tragédias amorosas do pintor surrealista, do diretor Luis Buñuel e do escritor Federico García Lorca.
A partir de 2008 o ator ganhou maior repercussão com o primeiro filme da franquia "Crepúsculo". baseado nos livros homônimos escritos por Stephenie Meyer e que arrecadou quase US$ 400 milhões. Queridinho pelas adolescentes, Pattinson passou por mais quatro filmes como Edward e ainda emendou algumas produções água com açúcar em que faz o mesmo tipo de bonitão romântico que não se adequa à sociedade.
Com "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2" encerrando os filmes em 2012, Pattinson se livrou de "uma amarra" em Hollywood e decidiu que era hora de explorar novos mercados. Seu papel seguinte foi em "The Rover - A Caçada", onde um colapso econômico possibilitou roubos e anarquia. Com o cabelo curtinho, olheiras e um sotaque sulista norte-americano, o ator foi elogiado pela crítica e entrou para o circuito do Festival de Cannes.
O ator emendou duas dobradinhas com grandes diretores de Hollywood. Em "Mapas para as Estrelas", o inglês entrou na mente perturbada de David Cronemberg em um retrato da vida vazia das celebridades do cinema; já em "Rainha do Deserto" foi colega de elenco de Nicole Kidman na produção comandada por Werner Herzog sobre a vida da exploradora Gertrude Bell.
O tom aventureiro de Pattinson continuou em "Z: A Cidade Perdida", lançado ano passado, sobre a vida de um explorador que se perdeu na Floresta Amazônica. Com uma barba de respeito, o ator ganhou novos elogios pelos críticos e afastou ainda mais a lembrança da trama juvenil de "Crepúsculo".
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