Topo

Como violência psicológica fez a filha matar a mãe em caso que chocou EUA

O documentário "Mamãe Morta e Querida" apresenta a vida de Gyspy e sua mãe Dee Dee - Reprodução
O documentário "Mamãe Morta e Querida" apresenta a vida de Gyspy e sua mãe Dee Dee Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

30/10/2017 04h00

O documentário "Mamãe Morte e Querida", que vai ao ar nesta segunda-feira (30) na HBO, apresenta a história mórbida e chocante de Dee Dee Blanchard e sua filha Gypsy, um caso perturbador de abuso psicológico infantil e assassinato.

Desde pequena, Gypsy foi tratada com extremo cuidado pela mãe. Com poucos anos foi "diagnóstica" com leucemia, em seguida começou a se locomover apenas com cadeira de rodas e logo uma lista de doenças a acometia. A mãe, um exemplo de matriarca, apoiava Gypsy, levava a garotinha para eventos públicos para mostrar superação e até ganhou uma casa do governo e viagens para a Disney.

Mas tudo não se passava de uma mentira. Dee Dee era uma pessoa desequilibrada que causava tremores até ao próprio pai. Após engravidar ainda nova, o marido se separou dela e a mãe encontrou na filha um alvo.

Especialistas consultados pela produção afirmam que esse é o principal exemplo de síndrome de Münchhausen que eles já viram, um transtorno psicológico chamar a atenção e atrair simpatia. É uma doença compulsiva e psiquiátrica que cria sintomas diversos.

A menina Gypsy tem história contada no documentário "Mamãe Morta e Querida" - Reprodução - Reprodução
Gypsy em uma das inúmeras internações que passou durante a infância
Imagem: Reprodução

Dee Dee criava doenças e dava medicamentos para a filha por nenhuma razão específica. Ela manipulava Gypsy de uma forma que a garota não pudesse falar nada para ninguém dos abusos que sofria da mãe. E, aos poucos, tantos medicamentos acabaram acarretando doenças reais.

Arranjando um namorado online, Gypsy criou forças para peitar a matriarca e conseguiu isso da forma mais trágica possível. Criada como uma garota com atraso mental e infantil, a menina alcançou a maioridade e cometeu um crime.

A diretora Erin Lee Carr tenta conversar com todos os lados da história: o pai que se sente culpado e a madrasta que tentou ajudar a menina; o avô de Gypsy e o tio relembrando os absurdos de Dee Dee; a família do namorado bipolar da garota que ajudou a matar a opressora; os vizinhos que ficam perplexos ao descobrirem que tudo era uma fantasia; além de especialistas e médicos.

O que mais choca no documentário da HBO é perceber como a influencia de certas pessoas cria um contexto raivoso e de vingança para as vítimas. Gypsy sofreu por 15 anos ao lado de Dee Dee e construiu um plano para acabar com a dor. Ao mesmo tempo, a manipulação de Dee Dee afastava qualquer ajuda de familiares e amigos, restando apenas partir para situações extremas.

O documentário "Mamãe Morte e Querida", que encerra a "Temporada de Documentários da HBO", vai ao ar às 22h, na HBO.