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Will Smith improvisa beatbox na CCXP e leva público ao delírio

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

10/12/2017 19h54

Maior astro internacional da edição 2017 da CCXP (Comic Con Experience), Will Smith teve uma recepção à altura neste domingo (10), último dos quatro dias da feira geek que acontece na São Paulo Expo. O ator, que veio promover o filme "Bright", produção da Netflix, foi aplaudido de pé várias vezes pelas mais de 3.000 pessoas presentes no auditório Cinemark, o maior do evento, e retribuiu o carinho do público falando português.

Recebido por uma plateia que gritava seu nome, Smith agradeceu ao público logo ao entrar. "Estou feliz por estar aqui no Brasil. Obrigado", disse. Ao ver que os aplausos e os gritos não paravam, ele emendou: "Thank you. Obrigado, obrigado"

Em inglês, ele afirmou que a reação do público era o que o movia: "É por isso que fazemos filmes", ressaltou. Em seguida, conquistou novamente o público ao improvisar um beatbox: "Eu digo 'Bra', vocês dizem 'zil'", em uma referência ao seu clássico personagem na série "Um Maluco no Pedaço".'

Will Smith aparece no rooftop do estande do Omelete na CCXP 2017 (Comic Con Experience), em São Paulo - Mariana Pekin/UOL - Mariana Pekin/UOL
Will Smith cumprimenta público da CCXP
Imagem: Mariana Pekin/UOL

O ator, aliás, entregou o que muitos fãs estavam esperando e cantou o tema da série que o tornou famoso. O colega Joel Edgerton brincava que, durante a preparação que os dois fizeram para o filme com a polícia de Los Angeles, Smith não precisava de muito para se livrar de confusões: "Era só ele começar a cantar o tema de 'Um Maluco no Pedaço'". Foi a deixa para ele começar a cantar a música e, mais uma vez, ser aplaudido de pé pelo público. 

Simpático, Smith fez coração com as mãos e passou o painel inteiro sorridente. E sua despedida foi com o mesmo bom-humor: ele abriu a bandeira do Brasil que recebeu de um fã, autografou um disco de vinil entregue por outro e ainda fez uma selfie coletiva com a plateia. 

Edgerton e o diretor David Ayer também ficaram surpresos com a recepção do público. "Estou chocado, nunca vi nada assim. É o maior grupo de humanos que já vi em um lugar", disse Edgerton. 

Já Ayer foi ovacionado ao comparar a CCXP com a famosa San Diego Comic Con. "Isso é maior que San Diego. Vocês são o futuro da Comic Con".

Os dois, aliás, aproveitaram para rasgar elogios a Smith. "Trabalhar com Will é um prazer. Ele deixa tudo divertido. Eu deixo qualquer projeto pra trabalhar com esse cara", disse o diretor, que já trabalhou com o astro em "Esquadrão Suicida" e contou como ele é no set: "Às vezes estou tentando fazer uma atriz entrar em uma cena mais dramática, e o Will chega cantando músicas de Natal. Eu só olho e ele se afasta".

Racismo e fantasia

Em "Bright", o mundo é habitado por seres fantásticos como orcs e elfos, que convivem -- mais ou menos -- pacificamente com os humanos. Will Smith é o policial Dary Ward, enquanto Joel Edgerton vive nick Jacoby, primeiro oficial orc de Los Angeles. 

A convivência entre as diferentes espécies é um dos temas centrais do filme, que faz uma referência a casos de racismo e preconceito. "É ótimo estar ali como um negro que é um policial racista. Foi uma forma interessante de tratar o racismo. Você consegue fazer e dizer coisas que não poderia se estivéssemos falando dessa situação [diretamente]", disse Smith.

"O que eu amo na ficção científica é que é como um remédio coberto de açúcar: você não reconhece o nível do remédio porque está ligado naquele mundo", completou.

Edgerton concordou: "É uma forma de tratar dos problemas do mundo sem pregar. Espero que abra os olhos e os corações das pessoas e faça elas falarem sobre o que está acontecendo".

Smith ainda afirmou que gostaria de fazer uma sequência do longa, que definiu como uma mistura de "Dia de Treinamento" com "Senhor dos Anéis", e pediu uma ajudinha do público: "Liguem para a Netflix e digam que querem ver 'Bright 2'".