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Mãe de dublê morto em "TWD" diz que Hollywood acoberta riscos de segurança

O dublê John Bernecker - Divulgação
O dublê John Bernecker Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/01/2018 12h59

Susan  Berneneckr, mãe do dublê John Bernecker, morto durante um acidente no set de “The Walking Dead”, criticou as condições de segurança em que os profissionais da categoria trabalham e disse que Hollywood acoberta casos como o de seu filho da mesma forma como faz com as vítimas de abuso sexual.

Em entrevista ao site Deadline, Bernecker contou que é próxima de vários dublês e que se lembrou de como os estúdios tratam a questão da segurança ao ouvir sobre a cultura de silêncio que permitiu que, por anos, homens poderosos como o produtor Harvey Weinstein cometessem assédio e abuso sexual.

“Se você tirar a palavra ‘sexo’ e colocar ‘segurança’, é a mesma coisa”, afirmou. “É esse o paralelo na minha cabeça. Há a mesma pressão e os mesmos riscos. As pessoas têm medo de falar porque receiam nunca mais conseguir trabalho ou serem inferiorizadas”. A situação é ainda pior para as mulheres do meio: “Mulheres dublês me contaram sobre terem sofrido assédio na hora de conseguir um emprego”.

De acordo com Bernecker, agora a missão de sua vida é evitar que o mesmo aconteça com outras pessoas. Para isso, ela criou uma fundação no nome de seu filho que quer “criar soluções para a segurança de dublês de TV e cinema”.

Na última sexta-feira, a empresa Stalwart Films, que produz “Walking Dead”, foi multada em US$ 12.675 pelo governo americano por “falhar em proteger os funcionários de todos os riscos”. O valor é o máximo permitido pela legislação. “Acho ridículo”, criticou Bernecker. “Eles gastam isso com comida para a equipe em dois dias. Se fosse meio milhão de dólares, chamaria a atenção deles, mas US$ 12 mil não vai chamar a atenção de ninguém”.