"Capitão América" renova personagem dos quadrinhos
Heroi criado sob medida para inflar o patriotismo norte-americano durante a 2ª Guerra Mundial, em 1941, o Capitão América ainda não teve muita sorte nos cinemas, como se viu numa sofrível versão "Capitão América", em 1990, de Albert Pyun.
Vinte e um anos depois, o personagem reencarna numa versão luxuosa, com muitos efeitos especiais e também na versão 3D, "Capitão América: O Primeiro Vingador", de Joe Johnston, o experimentado diretor de "Rocketeer", "Jumanji" e "Parque dos Dinossauros 3". O filme circula em versões convencionais e 3D, dubladas e legendadas.
O patriotismo original injetado pelos criadores do gibi, Joe Simon e Jack Kirby, está compreensivelmente atenuado, um sinal dos tempos de crise econômica no pós-guerra do Afeganistão e guerra do Iraque. Mas a energia heróica ressurge intacta no corpo inicialmente franzino de Steve Rogers (Chris Evans, o Tocha Humana de "Quarteto Fantástico").
O rapaz do Brooklyn nova-iorquino quer porque quer alistar-se e lutar contra os nazistas, em 1941. Mas ninguém deixa. Pudera. Com um corpinho raquítico e uma enorme lista de doenças anteriores, ele é sistematicamente dispensado.
TRAILER DO FILME ''CAPITÃO AMÉRICA: O PRIMEIRO VINGADOR''
A coisa muda quando ele se encontra com o cientista alemão dr. Erskine (Stanley Tucci), que enxerga nele a cobaia ideal para um soro, em tese capaz de moldar super-soldados, e que foi testado uma única vez - com alguns efeitos colaterais, já que gerou Johan Schmidt (Hugo Weaving), o Caveira Vermelha, um vilão que acha Hitler pouco e comanda uma organização paralela, a temível Hidra.
Submetido à experiência, Steve transforma-se num soldado forte e bombado. Apesar disso, não é enviado ao campo de batalha, como sonhava. O coronel Philips (Tommy Lee Jones) não quer nem ouvir falar disso. E o fortão acaba transformado por um senador no garoto-propaganda Capitão América, que percorre os EUA para ajudar a vender bônus de guerra junto com uma trupe de garotas.
Com a guerra no seu auge, não tarda a aparecer uma ocasião para que Steve ignore solenemente as ordens do coronel, com a total cumplicidade da agente Peggy Parker (Hayley Atwell, de "O Sonho de Cassandra"). Sozinho com sua força excepcional e um escudo metálico que usa com destreza, ele invade a fortaleza do Caveira Vermelha, resgatando cerca de 400 soldados aliados, entre eles, seu melhor amigo, Bucky Barnes (Sebastian Stan).
Com certeza, não é o fim do Caveira e do seu comparsa, o cientista dr. Zola (Toby Jones), que juntos se apoderaram de uma incrível fonte de energia, o polímero de carbono, capaz de alimentar armas de altíssimo poder de destruição. Só o escudo do Capitão América resiste a esse impacto.
Na versão 3D, ficam valorizadas algumas cenas de ação, sendo uma das melhores a primeira missão de Steve, correndo descalço pelas ruas de Nova York para capturar um bandido, catando-o até debaixo d'água, num submarino. As outras são o ataque à fortaleza do Caveira Vermelha que resulta no resgate dos 400 soldados e a longa e eletrizante sequência aérea final.
Quem busca diversão, não tem do que reclamar. E quem gostou deste filme, já pode esperar a sequência, "Os Vingadores", em produção, e que junta o Capitão América com o Homem de Ferro, Thor e outros personagens da Marvel em nova aventura, que será lançada em 2012.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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