"Os Acompanhantes" traz Kevin Kline como gigolô excêntrico que corteja viúvas ricas
O talentoso casal de documentaristas Shari Springer Berman e Robert Pulcini têm muita coisa em comum: nasceram em Nova York, em 1964 (com apenas um mês de diferença) e dirigiram conjuntamente vários filmes bem avaliados pela crítica, como "Anti-Herói Americano", "Diário de Uma Babá" e "Cinema Verité" (produção televisiva). Sua nova produção, também dirigida a quatro mãos, "Os Acompanhantes", é uma proposta de boa diversão.
Com uma dupla de atores em boa sintonia, Kevin Kline e Paul Dano, e roteiro criativo, levaram às telas uma história com uma dose refinada de humor, que nunca resvala na grosseria e nas piadas de duplo sentido, base de boa parte das comédias americanas recentes. O filme tem uma pitada das antigas comédias italianas, com vigaristas tentando se dar bem sem precisar trabalhar ou aplicando o velho golpe do baú contra uma viúva rica e carente.
Os acompanhantes em questão são Henri Harrison (Kevin Kline) e Louis Ives (Paul Dano), que formam uma dupla de gigolôs muito particular, que frequenta festas de grã-finos e aplica golpes para entrar no teatro, à espera da sorte grande. Henri se diz dramaturgo, mas reclama que sua peça mais importante foi roubada, e Louis sobrevive como vendedor de assinaturas de uma revista ecológica, enquanto não consegue se dedicar à literatura, sua paixão.
Louis conhece Henri ao procurar um apartamento para alugar na seção de anúncios classificados. Henri mora sozinho em um pequeno imóvel e é cheio de manias. Louis não fica atrás: tem fixação por lingeries e homens que se travestem, mas este é um segredo que não divide com ninguém.
Nesse pequeno mundinho de pessoas excêntricas, o casal de diretores ainda introduz outros personagens exóticos, como viúvas ricas cortejadas por interesseiros, com quem Henri tem de disputar a atenção, eco-chatos preocupados com a destruição do planeta, mas sem prestar atenção a quem está ao seu lado, e figuras grotescas que são o inverso de sua aparência. As histórias se entrelaçam e, no final, todas as pontas se fecham, como nas boas comédias de erros.
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