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Vince Vaughn vive quarentão infantilizado na comédia "De Repente Pai"

Rodrigo Zavala

Do Cineweb*

09/01/2014 14h39

O quarentão David Wozniak (Vince Vaughn) é uma dessas pessoas que não têm qualquer controle sobre a própria vida. Contratado como entregador na empresa de carnes da família, um tanto irresponsável, contraiu dívidas de agiotas violentos e ainda leva um fora da namorada quando ela conta que está grávida e longe de querer a influência dele sobre a criança. O filme estreia nesta sexta-feira (10) nos cinemas.

O protagonista de "De Repente Pai" é, assim, o protótipo do conceito norte-americano de "loser" (perdedor), que é simplesmente empurrado pelo seu cotidiano, sem realmente saber o que quer adiante. E o diretor e roteirista canadense Ken Scott explora ao máximo a busca por um sentido na vida de seu personagem quando o coloca em um capcioso conflito: descobrir que tem 533 filhos.

Entender como isso ocorreu na trama, no entanto, é um trabalho que exige certa força de vontade de quem assiste. Pela história, quando era mais jovem e sob o codinome Starbuck, David vendeu seu sêmen a uma clínica de fertilização, que na falta de outros doadores, usou o material do rapaz em todas as suas clientes.

Quando essas crianças crescem, entram na Justiça para descobrir quem é afinal Starbuck, cujo nome real é protegido por contrato. Avisado por seu amigo e advogado Brett (Chris Pratt), David começa a ajudar seus filhos, omitindo que é o pai biológico. Um envolvimento que irá, como se entende logo no começo, dar um novo rumo a David.

Ken Scott, que já havia realizado este mesmo filme no Canadá ("Meus 533 Filhos", 2011) com atores locais, adaptou a história para os Estados Unidos, mantendo muitas cenas e diálogos intactos. Por isso, a versão americana não perde seu tom dramático, atenuando a verborragia do ator Vince Vaughn, conhecido por interpretar os mesmos papéis em seus filmes.

Apesar do exemplo extremo que traz em seu roteiro, o diretor busca dialogar com o espectador sobre as mudanças na visão de paternidade. Um tema retratado aqui com muito sentimento, mas que esvazia um pouco a comicidade do filme. Trata-se, portanto, de um drama com humor, mais do que uma comédia.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb