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Pioneiro do "cinema direto", diretor Robert Drew morre aos 90 anos

O cineasta Robert Drew, pai do "cinema direto" - Reprodução
O cineasta Robert Drew, pai do "cinema direto" Imagem: Reprodução

Patricia Reaney

De Nova York

30/07/2014 22h00

O premiado cineasta norte-americano Robert L. Drew, pioneiro do estilo documentário "cinema direto", a versão americana do "cinéma vérité" francês, morreu nesta quarta-feira (30) em Sharon, Connecticut, aos 90 anos, informou a família.

Drew, que fez mais de 100 filmes sobre questões sociais, políticas e das artes durante uma carreira que durou mais de cinco décadas, morreu pacificamente cercado por filhos e amigos.

"Ele estava debilitado há algum tempo e não foi completamente inesperado", disse seu filho, Thatcher Drew.

Drew, ex-correspondente e editor da revista Life e piloto de caça durante a Segunda Guerra Mundial, ajudou a desenvolver o cinema vérité, um tipo de observação direta, em filmagens que captam a realidade.

Ele também fundou a empresa de documentários Drew Associates no início dos anos 1960. Muitos de seus filmes foram exibidos na televisão e em festivais internacionais de cinema.

"Ele acreditava na forma pura do cinema vérité. Foi um rigoroso código que permitia a falta de direção dos assuntos, sem configurar filmagens e sem narrador ou correspondente", explicou o filho.

Junto com suas técnicas de direção inovadoras, Drew também desenvolveu câmeras leves. Seu filme "Primary", que seguiu John F. Kenney e Hubert Humphrey durante as primárias presidenciais de 1960, foi o primeiro em que foi utilizada uma câmera cinematográfica 'sync-som'.

Seus filmes mais conhecidos incluem "The Chair", sobre um criminoso que encontra redenção, e "Faces of November", um curta sobre o funeral de Kennedy após seu assassinato em 1963, que ganhou um prêmio no Festival de Veneza.

Drew, que também ganhou um Emmy em 1969 pelo documentário de ballet "Man Who Dances", deixa três filhos e três netos. Sua mulher, Anne, parceira também no cinema, morreu em 2012.