Aniston diz que gosta de interpretar mulheres que "chutem o pau da barraca"
Depois de interpretar a queridinha Rachel Green durante dez anos no seriado cômico "Friends", Jennifer Aniston passou a última década procurando papéis nos quais poderia "chutar o pau da barraca".
Em "Life of Crime", que estreia nos cinemas norte-americanos nesta sexta-feira (29), Aniston vive a perua e socialite Mickey Dawson na Detroit dos anos 1970. Quando ela é sequestrada, seu marido infiel pondera se paga seu resgate ou não.
Aniston, de 45 anos, conversou com a Reuters sobre a emoção de fazer uma comédia sobre o mundo do crime, interpretar papéis femininos fortes e o fenômeno "Friends" dez anos após o fim da série.
O que a atraiu no papel de Mickey?
Jennifer Aniston: Foi muito divertido, como se imaginaria que fosse todo roteiro adaptado do (escritor) Elmore Leonard, e a trajetória da personagem é incrível. É muito raro encontrar mulheres, especialmente em um filme de muitos personagens, que têm tantas coisas a fazer e um começo e um fim tão sensacionais, então eu estava pronta para fazer logo de cara.
Como você se relacionou com a passividade inicial dela diante do casamento fracassado?
Eu era menina nos anos 1970, e as mulheres estavam presas a situações infelizes das quais não sabiam como sair, não é como hoje que, se alguma coisa cheira um pouquinho mal, você pensa 'vou me mandar daqui já'. Por isso realmente adorei como a personagem foi escrita, e ela realmente é dura na queda.
Como você interpretou a conexão de Mickey com seu sequestrador Louis (o ator John Hawkes)?
Ah meu Deus, ele estava salvando-a, foi seu salvador de uma maneira estranha, distorcida. E acho que ela sentiu isso, mesmo por baixo da máscara, que é o relacionamento de um casal estranho que se forma, e acho que é adorável. Meio como a síndrome de Estocolmo.
Você aceitou papéis que exploram toda a variedade da comédia, do humor escrachado ao humor negro deste filme. O que atrai você nos temas mais indigestos?
Neste caso havia tanto drama, tanta coisa acontecendo, muita empolgação - como nas cenas com o marido horrível e o sequestro, e basicamente todas as coisas horríveis acontecem nessa hora, e aí a fuga - foi como uma travessura. Não se fazem mais filmes assim.
Que tipo de mulher você se sente atraída a viver depois de interpretar Rachel em "Friends" durante dez anos?
Mulheres que normalmente têm uma trajetória realmente positiva e se tornam mais fortes no fim dela, saindo de circunstâncias que parecem simplesmente insuperáveis, e o fato de que você realmente passa por isso e sobrevive e fica mais forte e chuta o pau da barraca. Gosto disso. Não dá para dizer que a (personagem de "Quero Matar Meu Chefe") doutora Julia é assim, ela não merece.
O 20º aniversário da estreia de "Friends"' está chegando.
Isso já não aconteceu?
Setembro de 2014 é 20 anos depois...
A primeira vez em que foi ao ar? Pensei que tivesse sido no ano passado. Que bom, estou um ano mais jovem! Acabei de ganhar um ano, que ótimo.
O que você ainda pensa do programa e dos fãs?
Gosto da sensação de que ainda continua, é como aquele coelhinho da pilha Energizer, continua andando, é incrível. É transcendente, não sei qual é o segredo, mas me deixa muito feliz. Adoro até quando passa na televisão.
Você sente falta de Rachel?
Encontro com ela todo dia em casa. Não preciso sentir falta dela, ela está em toda parte! (risos)
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