Nicolas Cage busca vingança no fraco "Fúria"
É preciso ser bastante criativo para realizar um bom filme com uma das mais velhas narrativas do cinema, como a de "Fúria", que estreia nesta quinta (16), em que um pai busca vingança após o assassinato da filha.
Mas nem mesmo as reviravoltas na trama conseguem fazer do novo filme do diretor espanhol Paco Cabezas (do terror "Aparecidos") uma obra que subverta ou inove no tema.
Estrelada por Nicolas Cage, ator que cinéfilos adoram debochar, a produção acompanha o martírio de Paul Maguire, um rico empreiteiro e pai superprotetor de Caitlin (Aubrey Peeples). Apesar do passado criminal, quando fez parte da máfia irlandesa que domina a cidade, hoje é um benfeitor e filantropo.
Daí a surpresa quando a adolescente é sequestrada e, mais tarde, encontrada morta. Aparentemente não há motivos, mas Paul está determinado a encontrar os responsáveis pelo crime e reúne a velha patota para se vingar.
O foco central é a beligerante máfia russa, liderada por Chernov (Pasha D. Lychnikoff), que se liga a Paul por um crime nunca resolvido.
Nicolas Cage, aqui, não iguala a ferocidade do inesquecível ator Charles Bronson (na cine-série "Desejo de Matar"), ou mesmo as expertises mortais de Liam Neeson (da franquia "Busca Implacável"). Parece diletante e um tanto perdido em sua fúria por justiça, tal como seus companheiros de crime (Michael McGrady, Max Ryan), graças à superficialidade do roteiro.
Além das poucas cenas de ação para um filme do gênero, o que decepciona na produção é a falta de clímax, graças à reviravolta final, que faz o filme perder o que restaria de vigor.
Um filme menor na carreira de Cage, mas grande para os chacoteiros de plantão.
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