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"Steve Jobs" mergulha fundo na vida do homem por trás da Apple

Piya Sinha-Roy

De Los Angeles (EUA)

09/10/2015 16h51

"É mais ou menos assim, cinco minutos antes de um lançamento todo mundo vai para um bar, fica bêbado e me diz o que realmente pensa", diz um agitado Steve Jobs, vivido pelo ator Michael Fassbender, em uma nova cinebiografia do cofundador da Apple.

A frase dá o tom de "Steve Jobs", do roteirista vencedor do Oscar Aaron Sorkin. Uma reconstrução imaginária, com muita ênfase em diálogos, de uma das figuras mais reverenciadas do mundo tecnológico nos momentos que antecederam a estreia de três produtos: o Macintosh em 1984, o Next em 1988 e o iMac em 1998.

O filme, dirigido por Danny Boyle, também ganhador do Oscar, explora Jobs através de quatro de seus relacionamentos: com a chefe de marketing da Apple, Joanna Hoffman (Kate Winslet), com o cofundador da Apple Steve Wozniak (Seth Rogen), com o diretor-executivo da empresa, John Sculley (Jeff Daniels) e com a filha mais velha de Jobs, Lisa (a brasileira Perla Haney-Jardine).

Vistos ao longo dos anos, os acontecimentos por trás dos bastidores procuram lançar luz sobre o homem Jobs, seja em sua relação calorosa com a "esposa de escritório" Joanna, como o tipo "irmão mais velho superprotetor" de Wozniak ou buscando a aprovação da figura paterna representada por Sculley.

Estreando quatro anos depois de Jobs morrer de câncer aos 56 anos, o filme é o terceiro sobre o inventor, vindo na esteira de "Jobs", de 2013, estrelado por Ashton Kutcher, e o documentário "Steve Jobs: The Man in the Machine", de Alex Gibney, lançado este ano.

A produção mais recente aborda o incensado empreendedor tecnológico por outro ângulo. Sorkin adaptou seu roteiro em parte do livro "Steve Jobs", de Walter Isaacson, que ganhou um prêmio Pulitzer pelo trabalho.

Em meio a conversas acaloradas, apaixonadas e cheias de gracejos, Jobs é visto lutando para encontrar um equilíbrio entre ser talentoso e ser simpático. Ele faz exigências dignas de divas a colegas de quem abusa há tempos nos lançamentos dos produtos e não tem pudores para fazer ameaças explícitas ou rejeitar dar atenção à sua filha de cinco anos.

"Steve Jobs" está sendo bem recebido pelos críticos, e o jornal New York Times o classificou como "um documento rico e potente sobre a época." O longa já foi exibido em dois festivais de cinema dos EUA (Telluride e Nova York). No Brasil, o filme estreia no dia 21 de janeiro de 2016.