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Novo filme de Angelina Jolie trata de sequestros de meninas na Etiópia

Emma Batha

Da Reuters, em Londres

23/10/2015 19h17

Uma mulher etíope cuja terrível experiência de sequestro e estupro pelas mãos de um homem que buscava ser seu marido inspirou o novo filme de Angelina Jolie, "Difret", espera que a história dela ajude a acabar com uma tradição de sequestrar crianças para torná-las noivas.

"Difret", que entra em cartaz nos Estados Unidos nesta sexta-feira (23), conta a história de Aberash Bekele, que foi levada ao tribunal aos 14 anos por ter matado a tiros o seu sequestrador num caso que mexeu com a Etiópia.

Aberash Bekele, que passou muitos anos no exílio depois do julgamento, afirmou que havia sido inspirada a falar por Malala, a ativista e defensora dos direitos das meninas, vencedora do Nobel da Paz.

Atriz e ativista, Angelina Jolie, produtora-executiva de "Difret", declarou que o filme "mostra como a coragem de bravos indivíduos pode despertar a consciência de uma sociedade".

Bekele foi sequestrada quando caminhava da escola para casa no sul da Etiópia em 1996. Ela foi levada para uma cabana, onde foi estuprada por um fazendeiro muito mais velho numa tentativa de forçá-la a casar, uma prática conhecida como "telefa" na Etiópia.

"Eu sabia que tinha que reagir e escapar na primeira chance que eu tivesse", disse ela à Thomson Reuters Foundation em entrevista por e-mail nesta sexta-feira. Ela aproveitou a chance quando o seu sequestrador deixou a sua arma encostada na parede e a porta destrancada.

"Meu pai havia me ensinado a atirar. Então, eu peguei e corri. Quando ele e os amigos me perseguiram, eu atirei nele. Foi a provação mais terrível, horrível, de toda a minha vida, e eu sou uma das que tiveram sorte", contou.