| 21/02/2005 - 19h37 Rubens Ewald Filho: Francês "Eterno Amor" tem grande beleza, mas história cansa RUBENS EWALD FILHO
Colunista do UOL 
O diretor Jean- Pierre Jeunet e a atriz Audrey Tautou, a mesma dupla de "Amélie Poluain" se reune novamente em "Eterno Amor", filme extremamente bem produzido, com incrível reconstrução de época. O filme disputa o Oscar de direção de arte e fotografia este ano.
Adaptado de um romance de Sebastien Japrisot, o filme francês se passa durante a Primeira Guerra Mundial, pela qual o diretor se diz "obecado". É uma história de amor e fidelidade. A jovem Tautou (ainda muito parecida com Amélie) faz a jovem Mathilde, que manca por causa da paralisia infantil e que espera o noivo, Manech, que foi lutar na guerra e é dado como morto.
Acontece que o noivo dela faz parte de um grupo de cinco soldados que se automutilaram para serem dispensados e, por isso, foram condenados à morte. Mas será que morreram mesmo? Anos depois do armistício, Mathilde, inconformada, move céus e terras na busca de notícias dos cinco envolvidos, numa trama extremamente complicada, cheia de reviravoltas e becos sem saída e participações especiais, como a de Jodie Foster, que demonstra mais uma vez que sabe falar francês correntemente, como a viúva de uma das vítimas.
Jeunet continua com a mania de ilustrar tudo. Por exemplo, se uma coadjuvante vai ser gutilhotinada, é mostrada essa morte, ou alguém subindo no farol, às vezes em imagens múltiplas.
Não há dúvida de que o filme tem um visual de grande beleza e fotogenia. Mas depois de um tempo, a história começa a cansar e a teimosia da heroína chega a irritar.
"Eterno Amor" foi indicado ao prêmio do Sindicato dos Diretores, prova de como o filme é bonito e bem feito; o cineasta é um estilista. Mas sua trama é trágica, cheia de mortes, explosões, tragédias, vingança e apenas um pouco de amor. A direção de arte, figurino e desenho de producao merecem uma menção. São espetaculares. |
