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28/02/2005 - 04h12
Clint Eastwood sai do Oscar 2005 com vitória por nocaute
MARCELO NEGROMONTE
Editor de UOL Cinema

Apesar de "Menina de Ouro" ter levado uma estatueta a menos que "O Aviador" (quatro a cinco), o filme de Clint Eastwood é o vencedor inconteste do Oscar 2005. Todos os prêmios são os que se convenciona chamar de "categorias principais": filme, diretor (o próprio Eastwood), atriz (Hilary Swank: dois Oscar em duas indicações) e ator coadjuvante (Morgan Freeman, aplaudido de pé).

Além disso, "Menina de Ouro" ganhou quatro de sete indicações, e "O Aviador" ficou com cinco em 11 possibilidades. Aproveitamento maior para o filme de Eastwood.

O filme de Martin Scorsese ganhou o prêmio de atriz coadjuvante (Cate Blanchett, em notável performance como Katharine Hepburn) e mais quatro Oscar "técnicos": direção de arte, figurino, fotografia e edição. Scorsese, portanto, continua "na fila" por um Oscar, depois de sete indicações, sendo cinco delas a melhor diretor, como neste ano.

Desse modo, Clint Eastwood, que também concorria a melhor ator, sai consagrado da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, com um dos poucos filmes que disputavam os principais prêmios que não é uma cinebiografia -"O Aviador", "Em Busca da Terra do Nunca" e "Ray" são "biopics".

Jamie Foxx ganhou o Oscar de ator pela impressionante atuação como Ray Charles em "Ray"; prêmio esperado, já que ele ganhara o Globo de Ouro pelo papel e o Oscar costuma premiar atores que mudam o corpo, como Charlize Theron em "Monster". Morgan Freeman foi premiado com seu primeiro Oscar, depois de três indicações. Dois atores negros são os melhores atores neste Oscar, fato que só chama a atenção porque a Academia sempre premia muito mais brancos.

"Em Busca da Terra do Nunca", com Johnny Depp, concorria a sete prêmios, mas ficou apenas com um, o de trilha sonora, uma espécie de consolação.

E pode-se dizer que o Oscar de canção para o uruguaio Jorge Drexler foi uma bela compensação por ele não ter interpretado a música "Al Otro Lado del Río" na cerimônia, a cargo de Antonio Banderas por decisão dos produtores do evento. O discurso de agradecimento de Drexler foi o mais elegante da noite: enfim, ele cantou a música que fez para "Diários de Motocicleta".

Depois de "O Aviador" e "Menina de Ouro", os filmes mais premiados foram "Ray" e a animação "Os Incríveis", com dois Oscar cada um. Depois da avalanche de fantasia de "O Senhor dos Anéis" em 2004 com seus 11 prêmios, o resultado geral de 2005 revela um certo equilíbrio de forças na maior premiação da indústria: uma superprodução (ainda que de "pouca" bilheteria) de Scorsese, um filme "adulto" e contido de Eastwood, uma cinebiografia "de ator" e uma animação de heróis "comuns", que faturou mais do que os três juntos, "O$ Incrívei$".

No mais, felizmente Chris Rock não falou muito, a cerimônia transcorreu com mais agilidade e não houve histeria por causa de Gisele Bündchen. Por outro lado, Beyoncé cantando três músicas diferentes _uma delas em francês_ foi de lascar. Mas até que o Oscar 2005 não foi tão desastroso.


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