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28/02/2005 - 06h55
"Menina de Ouro", de Eastwood, nocauteia "O Aviador", de Scorsese

Por María Lorente
HOLLYWOOD, EUA, 27 fev (AFP) - Em um combate histórico, o filme "Menina de Ouro", de Clint Eastwood, derrotou neste domingo nas categorias de melhor filme e melhor diretor seu maior concorrente, "O Aviador", de Martin Scorsese, que deixou a cerimônia com cinco prêmios de menor peso.

Na disputa entre dois peso pesados do cinema, "Menina de Ouro" venceu nas categorias melhor filme, melhor diretor para Eastwood, melhor atriz para Hilary Swank e melhor ator coadjuvante para Morgan Freeman.

Já "O Aviador" ganhou cinco dos 11 Oscars aos quais estava concorrendo: direção de arte, fotografia, figurino, atriz coadjuvante (Cate Blanchett) e edição.

"Continuarei trabalhando", disse Eastwood, de 74 anos, ao receber o prêmio que o torna o diretor mais velho a ser agraciado com o Oscar.

Eastwood destacou que sua mãe foi à cerimônia, como já tinha feito em 1992, quando ele também recebeu as estatuetas de melhor diretor e filme por "Os Imperdoáveis".

"Ela está aqui comigo esta noite e tem 96 anos. Então, eu lhe agradeço por seus genes", brincou o cineasta veterano.

"Vocês vão ver, então, que eu ainda sou uma criança. Ainda há muito por fazer", disse, provocando risadas e aplausos da platéia.

Com a vitória em quatro das sete categorias em que concorria, o diretor pode ser considerado o vencedor da noite.

"Não sei o que fiz para merecer isso", disse, por sua vez, Hilary Swank, de 30 anos, ao ganhar sua segunda estatueta.

"Eu sou apenas uma menina do interior que sonhava em um trailer", contou a atriz, que recebeu seu prêmio por interpretar uma mulher determinada que decide se tornar boxeadora profissional.

"Quero agradecer especialmente a Clint Eastwood por ter me permitido realizar esta viagem juntos", frisou a jovem atriz, que em 2000 levou o Oscar de melhor atriz por "Garotos não choram".

Neste ano suas adversárias eram Imelda Stauton ("Vera Drake"), Annette Bening por ("Adorável Julia"), Kate Winslet ("Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças") e a colombiana Catalina Sandino Moreno por ("Maria Cheia de Graça").

A 77ª edição do Oscar teve os prêmios divididos, bem diferente do ano passado, quando o filme "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei", o último da trilogia, levou 11 estatuetas em 11 indicações.

Esta foi a quinta vez que Scorsese saiu da festa de mãos vazias, o que deixa o diretor como forte candidato a ser reconhecido, no futuro, com um Oscar pelo conjunto de sua obra.

Como estava previsto, Jamie Foxx recebeu o Oscar de melhor ator em reconhecimento por seu trabalho de transformação na lenda do soul Ray Charles para o filme "Ray". Foxx, de 37 anos, derrotou estrelas como Clint Eastwood e Leonardo Di Caprio ("O Aviador").

"Eu dedico o prêmio a Ray Charles e a seu legado. Obrigado a Ray Charles por ter vivido", disse Foxx, visivelmente emocionado. As vitórias de Freeman e Foxx reafirmaram a tendência inaugurada há três anos por Denzel Washington e Halle Berry, por "Dia de Treinamento" e "A Última Ceia", respectivamente, quando a Academia bateu um recorde ao premiar dois atores negros no mesmo ano. "Hollywood continua fazendo história", disse Freeman, de 67 anos, em uma cerimônia que pela primeira vez contou com a presença de quatro atores negros em três categorias de interpretação. Este foi o primeiro Oscar do ator veterano após quatro indicações.

O Oscar de filme estrangeiro ficou com o espanhol "Mar Adentro", do diretor Alejandro Amenábar, que dedicou o prêmio ao ator Javier Bardem. O uruguaio Jorge Drexler foi a surpresa da noite ao ficar com a estatueta de melhor canção original por "Al otro lado del río", que o cantor compôs para o filme "Diários de Motocicleta", do brasileiro Walter Salles.

Na festa, a canção foi interpretada pelo ator espanhol Antonio Banderas, acompanhado pelo guitarrista mexicano Carlos Santana.

"Tenho o orgulho de apresentar Antonio Banderas, interpretando 'Al otro lado del río' de Jorge Drexler", disse a atriz Salma Hayek, ao ressaltar o nome do intérprete uruguaio.

O fato do ator espanhol ter sido escolhido para interpretar a canção do compositor uruguaio na 77ª festa do Oscar gerou uma forte polêmica.

Na hora de agradecer o prêmio, Drexler se limitou a cantar a música, sob o olhar e as risadas de Banderas. Esta foi a primeira canção em espanhol indicada ao maior prêmio do cinema americano.


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