Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Diplomatas israelenses e grupos judaicos estão tentando influenciar os organizadores do Oscar, que ocorre no próximo mês, para não apresentarem o filme "Paradise Now" como procedente da "Palestina", afirmou um jornal neste domingo. A obra concorre a um Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
O local de procedência de "Paradise Now" é um assunto tão polêmico quanto seu próprio enredo, sobre homens-bombas. A cerimônia do Oscar aconteça no dia 5 de março e atrairá milhões de espectadores ao redor do mundo.
O filme é um drama sobre dois jovens que moram na Cisjordânia ocupada e que são recrutados para detonarem explosivos em Tel Aviv.
"Paradise Now" contou com uma equipe palestina, um produtor israelense e financiamento europeu, mas é classificado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como vindo da Palestina.
O jornal Yedioth Ahronoth, diário de maior circulação em Israel, afirmou que o consulado israelense em Los Angeles e grupos judaicos locais estão pedindo para a academia reconsiderar essa classificação, "já que a Autoridade Palestina ainda não foi declarada como um Estado".
De acordo com o jornal, os organizadores da cerimônia haviam concordado em providenciar uma outra denominação para a procedência do filme. Nenhum membro da academia pôde ser encontrado para confirmar essa informação. O Ministério das Relações Exteriores de Israel não quis comentar.
Os palestinos, que buscam formar um Estado independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, obtiveram uma autonomia de governo limitada após acordos de paz interinos que formaram a Autoridade Palestina.