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06/03/2006 - 10h33
China proíbe televisão de informar sobre Oscar de Ang Lee

Pequim, 6 mar (EFE) - O Governo chinês proibiu a televisão
estatal de informar sobre o Oscar de melhor diretor concedido ao
taiuanês Ang Lee pelo filme "O Segredo de Brokeback Mountain",
informou hoje à EFE um jornalista do canal.

"Não se pode falar do filme, é uma proibição enviada há mais de
um mês e que hoje reiteraram por causa do Oscar", declarou hoje um
jornalista da "Televisão Central da China" (CCTV), que pediu para
não ser identificado.

A diretora do canal justificou a proibição com o argumento de que
"a sociedade chinesa não está preparada para lidar com esse tema",
referindo-se ao homossexualismo dos dois protagonistas, segundo a
fonte.

Embora o site em mandarim da "CCTV" tenha em sua manchete o Oscar
de Lee, nenhum de seus canais, assim como a agência oficial
"Xinhua", deram a notícia hoje, exceto o canal "CCTV-6", que
transmitiu a cerimônia ao vivo, embora não tenha transmitido nenhuma
imagem do filme de Lee.

O departamento de edição, os centros de Notícias e de Ultramar da
"CCTV" e os funcionários da "CCTV-6" se negaram a confirmar à EFE
esta proibição.

No fim de janeiro, um responsável da "China Film Group", única
instituição autorizada a aprovar filmes no país asiático, afirmou ao
jornal "Shenzhen Daily" que o filme de Lee não seria exibido em
nenhum dos 1.300 cinemas existentes na China.

"Isto se deve ao conteúdo sensível: amor entre homossexuais. O
fato de ter recebido prêmios internacionais não significa que sua
bilheteria será muito grande na China", justificou o responsável,
que também pediu para não ser identificado.

Um responsável da "China Film Group" contatado pela EFE também se
negou a fazer comentários sobre o Oscar.

"O Segredo de Brokeback Mountain", adaptação de um romance da
prêmio Pulitzer Annie Proulx, recria a história de amor entre dois
caubóis em Wyoming.

Além do prêmio de melhor diretor, o filme também levou os Oscar
de melhor trilha sonora original e melhor roteiro adaptado.

Trata-se da segunda vez em dois meses que Pequim proíbe uma
superprodução por seu conteúdo, já que em dezembro vetou a exibição
de "Memórias de uma Gueixa", protagonizada pelas duas principais
atrizes chinesas, por interpretar duas gueixas japonesas (eterno
país rival), consideradas na China como prostitutas.

"Memórias de uma Gueixa" também foi premiado neste domingo à
noite, com os Oscar de melhor figurino, direção de arte e
fotografia.


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