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Ficha completa do filme

Animação, Fantasia, Romance

A Princesa e o Sapo (2009)

Thaís Fonseca

Thaís Fonseca

Da Redação 31/03/2010
Nota: 3

À procura de um novo hit para fazer frente ao disputado espaço das grandes animações, a Disney resgatou em ''A Princesa e o Sapo'' os tradicionais desenhos à mão, em 2D, e as famosas histórias de princesas, com direito a príncipe, feitiços e vestidos bufantes. Mas, na corrida para chamar a atenção, resolveu inovar na aparência da protagonista, chamada Tiana: pela primeira vez, a princesa sairia do molde "pele muito branca", geralmente de cabelos loiros, para ter pele e cabelos negros.

O assunto gerou um burburinho antes da estreia e houve quem criticasse a escolha de Bruno Campos, um ator branco, para dar voz (em inglês) ao príncipe Naveen, negro como Tiana. Entretanto, nas telas, a opção foi manter a questão racial fora do roteiro. Na Nova Orleans da trama, a principal dificuldade é vencer diferenças sociais. E o melhor meio, como afirma com frequência a princesa Tiana, é trabalhar.

Desde criança, a personagem cresce ouvindo o sonho do pai em ter o seu próprio restaurante, capaz de reunir pessoas de diferentes classes sociais. O pai morre antes de realizá-lo, mas Tiana tenta levar a ideia adiante trabalhando incansavelmente como garçonete. A mãe chega a pedir para a filha se divertir, o que leva à canção indicada ao Oscar ''Almost There''. O musical reforça a convicção de Tiana que é melhor trabalhar duro para alcançar seu objetivo do que esperar o surgimento de um príncipe encantado. Em seu lugar, quem sonha com um casamento real é Charlotte, a amiga mimada e de bom coração de Tiana, também conhecida como filha de La Bouff, o homem mais rico da cidade.

A riqueza de La Bouff acaba despertando a cobiça do Dr. Facilier, o vilão responsável por transformar o charmoso príncipe Naveen, legítimo herdeiro de um trono, em sapo. Em referência ao conto dos Irmãos Grimm, Tiana se depara com o príncipe-sapo, mas ao invés de curá-lo com um beijo, ela vira uma sapa verde. Com Naveen, parte para a floresta em busca de uma solução mágica para situação. Na jornada, encontram Louis, um crocodilo que puxa um dos melhores musicais do filme,''When We're Human''. Tocador exímio de trompete, Louis é o principal representante do jazz (seu nome é possível homenagem a Louis Armstrong) na trama e o único a se queixar de preconceito: não pode tocar nas bandas com humanos por ser um crocodilo.

Mas o jeito bonachão e o problema do personagem ficam apenas na piada, diluindo-se na corrida contra o Dr. Facilier. No decorrer dos obstáculos enfrentados por Tiana após sua transformação em sapo, o que predomina são as velhas perguntas: será que ela reverterá o feitiço a tempo? será que derrotará o vilão? será que terá um final feliz com o príncipe? Ao se apoiar em uma história previsível, a Disney perde a chance de usar o charme de seu desenho tradicional em uma história marcante, que destacasse sua protagonista em meio às princesas clássicas. O resultado acaba sendo bonito, com alguns toques cômicos, mas deixa a desejar na ousadia. Nos extras, pode-se se dizer o mesmo. As atrações são cenas deletadas e um CD com canções "interpretadas" por Tiana e outras princesas famosas, como Ariel e Cinderela.

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