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Ficha completa do filme

Drama, Musical

Balada Sangrenta (1958)

Márcio Ferrari

Márcio Ferrari

Colaboração para o UOL 30/07/2010
Nota: 3
Balada Sangrenta

Terceiro e melhor filme da carreira de ator de Elvis Presley, ''Balada Sangrenta'' (''King Creole'') se segue ao igualmente memorável ''Prisioneiro do Rock'' (''Jailhouse Rock'', 1957, também disponível em DVD), feito pelo estúdio dos musicais, a Metro. Eram filmes da fase em que Elvis ainda estrelava produções de primeira linha, com equipes muito respeitáveis. O diretor de ''Balada Sangrenta'' é Michael Curtiz, o mesmo de ''Casablanca''. O argumento baseia-se num romance do rei do best seller trash, Harold Robbins, então iniciante.

Durante essa safra, Elvis era invariavelmente escalado para fazer o papel do cara simples, tentando viver de um modo descomplicado num mundo muita vezes hostil. Sua sexualidade era minimizada nas sequências de diálogos, mas se tornava explícita quando ele cantava. No geral ele apresentava uma imagem bem híbrida e, embora seus filmes fossem um sucesso, Elvis nunca mostrou na tela o apelo incendiário que tinha nos discos.

Em ''Balada Sangrenta'', de volta à Paramount, seu personagem estava mais uma vez do lado errado da lei, cantando rock no nightclub de um gângster (um jovem Walter Matthau) em Nova Orleans. Elvis tinha James Dean como parâmetro, e esta foi a vez em que ele chegou mais perto do modelo. No papel de Danny Fisher, ele se envolve com a namorada do chefão (Carolyn Jones) e tenta, sem muito sucesso, escapar do controle que ele exerce sobre os negócios noturnos da cidade, assim arriscando a promissora carreira de cantor.

Sempre reprovado na escola, Fisher, órfão de mãe, tenta repetidamente remendar sua imagem diante do velho e cético pai, mas sempre fracassa. Acuado e sem dinheiro, ele aceita participar de um plano criminoso com os bad boys da escola (chefiados pelo delinquente juvenil paradigmático de Hollywood na época, Vic Morrow) e se dá mal. As únicaz boas almas que ficam a seu lado são a irmã (Jan Shepard) e sua inocente e pobre namoradinha (Dolores Hart, atriz que depois virou freira).

Se a história está longe de ser das melhores, o diretor Curtiz põe várias vezes à mostra seu toque de mestre. O filme começa lindamente, com um dueto entre Elvis e os vendedores de peixe das ruas de Nova Orleans, tendo à frente a veterana cantora negra Kitty White. É Elvis registrando seu tributo à música que deu origem ao rock.

O Rei se esforça como ator, mas, é claro, nada se compara com seu desempenho musical, e este filme traz provavelmente o maior número de boas canções entre todos os que ele fez: além do número de abertura (''Crawfish''), estão na lista ''Lover doll'', ''New Orleans'', ''Dixieland rock'', ''Steadfast, loyal and true'', ''Hard headed woman'' etc.

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