De Volta para o Futuro 2 (1989)

Claudio Prandoni

Da Redação 19/11/2010

Nota: 4

O sucesso absoluto do primeiro "De Volta Para o Futuro" - e seu final em aberto, clamando por uma sequência - logo foi complementado por esta excelente e ousada continuação.

"De Volta Para o Futuro II" expande em cima do conceito do primeiro, colocando o adolescente Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Emmet Brown (Christopher Lloyd) para viajar pelo tempo, resolvendo problemas e armando outras confusões em uma divertida comédia com toques de ficção científica.

Novamente a bordo de um DeLorean capaz de ir para qualquer época, a dupla vai ao futuro, para o ano de 2015, para impedir que a família de Marty seja destruída. Contudo, as peripécias deles acabam alterando outros eventos, obrigando-os a viajaram para as décadas de 50 e 80 para deixar tudo em ordem.

O enredo ousa em suas idas e vindas, criando uma história intrincada e divertida, em que o mínimo acontecimento pode ter grandes consequências, surpreendendo assim a todo momento - mas deixando também outros trechos um bocado confusos. Além disso, a trama também conta com uma boa dose de momentos sombrios, diferindo em partes do tom leve do primeiro filme.

O longa inova também em seus efeitos especiais, colocando por exemplo, o mesmo ator em cena interpretando vários personagens (por exemplo, em sequência Michael J. Fox faz três figuras simultaneamente), algo inédito para a época em que o filme foi lançado.

No Blu-ray, a quantidade e qualidade de conteúdo adicional é grande, mas não tanto como no disco do primeiro filme. O tratamento da imagem para o padrão de alta definição surpreende considerando-se que se trata de um filme dos anos 80, ficando bem acima do mesmo trabalho feito com outros filmes da época.

O conteúdo extra inclui cenas excluídas, vídeos de making of, entrevistas e outros conteúdos comuns deste tipo. Como diferencial, há um curioso pequeno documentário falando sobre aspectos mais técnicos e científicos do universo dos filmes, como o curioso skate voador que Marty usa no futuro e outros inusitados apetrechos do futuro fictício.

Para completar, há também um engenhoso sistema que permite ligar a qualquer momento do filme comentários e outras curiosidades relacionadas à cena em questão, que possibilitam ver as curiosidades de forma mais integrada ao longa.

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 4

Continuação do sucesso de 1985, rodada simultaneamente com a parte III. Não teve o mesmo sucesso, em parte por trazer uma trama um pouco complexa demais (tanto que no meio o cientista pega um quadro-negro e tenta resumir a idéia para o público entender melhor), mas continuava tecnicamente brilhante e usando técnicas de "Roger Rabbit", de forma que foi possível fazer com que Fox fizesse vários papéis (além do herói, é também ele já velho, o filho e a filha dele) contracenando muitas vezes com ele próprio (também nem se nota que Crispin Glover, que faz o pai dele, não aceitou participar da continuação).

Crispin foi substituído por Jeffrey Weissman que recebeu uma maquiagem para ficar parecido com Glover, de maneira que algumas cenas do filme original puderam ser reaproveitadas. Só que o ator não havia permitido a reutilização de suas cenas, processou Spielberg e ganhou (desde então foram criadas novas leis nos EUA sobre a reutilização de imagem).

A idéia é engenhosa: começa onde o outro terminou (só muda a atriz que faz a namorada), com eles partindo para o Futuro. É que o doutor Emmett Brown descobriu que Marty será infeliz no casamento, uma pessoa frustrada, parte de um mundo onde tudo saiu ao contrário. Depois, voltam a 1985 e descobrem que tudo está diferente e são obrigados a retornar novamente a 1955. Com tantas idas e vindas, tudo fica complicado para seguir, mas o filme continua a ser boa diversão e superior ao terceiro (para o qual deixa a porta aberta).

Elisabeth Shue foi quem fez o papel de Jennifer no segundo filme, substituindo Claudia Wells, que viveu a personagem no primeiro. Isto porque Claudia desistiu de Hollywood em 1987 e não foi mais vista pelo mundo do cinema, já Elisabeth, virou estrela.