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Ficha completa do filme

Drama

Foi Apenas um Sonho (2008)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/06/2009
Nota: 3

No confronto com "O Leitor", outro filme com Kate Winslet, este levou a pior nas premiações, além de fracassar nas bilheterias, apesar de ser o primeiro reencontro de Leonardo DiCaprio e Wisnlet desde "Titanic" e o primeiro filme em que a atriz é dirigida por seu marido Sam Mendes (Oscar por "Beleza Americana"). Nem por isso muita coisa mudou. Leo continua a parecer jovem demais diante dela, que o devora na tela.

É trágico, indigesto e pessimista. Pode fazer chorar, mas não como em "Marley e Eu" ou "Sete Vidas". Dizem que o livro original que o inspirou ainda é mais frio e distante. É a história de um rapaz que trabalha numa empresa e mora no subúrbio. Ele trai a esposa com uma secretária casualmente, mas ela também o trai da mesma forma. O fato é que não gostam de onde moram e são profundamente infelizes sem saberem bem o motivo. Os filhos do casal mal aparecem na história, e nem parentes próximos são mostrados, apenas alguns vizinhos que servem de escada para diálogos e discussões.

Tudo melhora quando a esposa surge com a possibilidade de largarem tudo ali e se mudarem para Paris, sem razão aparente (eles não têm trabalho lá e falam vagamente sobre novos estudos). Só que surge uma oferta melhor de emprego e os sonhos se diluem no que será, afinal de contas, um beco sem saída.

Como a maior parte dos espectadores chafurda feliz numa mediocridade contente, seria preciso ir um pouco mais fundo na análise da situação e dos personagens. As pessoas reclamam de certa banalidade, da falta de identificação com os personagens, que têm tudo e não estão satisfeitos.

A falta de empatia entre eles não ajuda e não rendeu uma indicação ao Oscar para Winslet, sempre uma bela mulher, sempre boa atriz. Acabou dando a Kate Winslet um Globo de Ouro de atriz mas, na hora de selecioná-la para o Oscar, e como só podia ser indicada para um só, preferiram "O Leitor", que finalmente lhe deu o prêmio.

Teve indicações apenas para direção de arte, figurino e ator coadjuvante para Michael Shannon, que vive o vizinho, filho de Kathy Bates, considerado louco e inconveniente porque fala todas as verdades na cara. É uma aparição impressionante, que deve ajudar muito a carreira do ator até agora pouco conhecido.

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