Missão: Marte (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Este foi o primeiro dos dois filmes fracassados que Hollywood fez sobre viagens a Marte em 2000 (o outro, "Red Planet", com Val Kilmer, foi ainda pior). Não é um típico filme de seu diretor Brian de Palma, que assumiu a produção já em andamento, uma fita de ficção científica que o obrigou a lidar com efeitos especiais e rendeu seu trabalho menos pessoal.

A não ser pela seqüência inicial dos letreiros, quando ele tenta fazer um plano longo sem cortes, todo o resto do filme é banal. O problema é que a fita, ainda mais com censura livre, cria uma expectativa de ser uma aventura de ação, quando está mais para "2001" e "Contatos Imediatos".

Perde um tempo excessivamente longo apresentando os personagens e insistindo na história de amor do casal Tim Robbins e Connie Nielsen. Aproveita a descrença geral do que aconteceu com as sondas americanas no Planeta Vermelho (uma pouco mostrou além de desertos, outra sumiu) e amplia diversos mitos, que não nos cabe expandir (sob pena de entregar o final).

Basta dizer que a resolução me convenceu e fez sentido, ainda que de forma mais mística do que como ação. Mas com um elenco sem destaques, uma direção impessoal, pouca ação (ainda que os efeitos sejam sempre competentes) e o final místico, é provável que o filme não agrade a todos, em particular os fãs de fitas de aventura.