Sodoma e Gomorra (1962)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Co-produção Estados Unidos, França e Itália, filmada em locações no Marrocos, remotamente inspirada na história bíblica, mas cuja ênfase está mais nas intrigas políticas e amorosas do que nos aspectos religiosos.

Era um projeto estranho ao estilo do diretor Aldrich (1918-83), e de fato ele não parece muito interessado: o ritmo é lento e vacilante, o elenco irregular, o roteiro confuso e cheio de lacunas (e que chega ao extremo de nunca mostrar Gomorra, que é apenas citada na narração). O resultado se diferencia pouco (ou nada) dos épicos italianos que abundavam na época.

A seqüência da transformação da mulher de Lot em estátua de sal, que poderia ter resultado em um dos pontos altos do filme, é extremamente mal-encenada e decepciona. A capa do DVD credita Sérgio Leone como co-diretor, um equívoco habitualmente cometido em relação ao filme: na verdade ele apenas dirigiu cenas de segunda unidade no deserto do Marrocos.

Uma das coisas positivas do filme é a excelente trilha musical de Miklós Rózsa: o compositor costumava citá-la como exemplo da dificuldade de criar boa música para um filme ruim. Os bons efeitos especiais e cenas de batalha também ajudam a manter o interesse. Cópia apenas mediana.