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Ficha completa do filme

Drama,Aventura,Romance

O Americano Tranqüilo (2002)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2003
Nota 1
O Americano Tranqüilo

Este filme da Miramax ficou na gaveta depois de 11 de setembro porque o livro original de Graham Greene denunciava a intervenção americanano mundo inteiro, em particular no Vietnã, na época em que se chamava ainda Indochina e era dominado pelos franceses (que estavam perdendo a guerra que eventualmente levou à aberta intervenção americana).

De qualquer forma, olivro de Greene (o inglês que escreveu o clássico "O Terceiro Homem" e era também crítico de cinema) já havia sido filmado nos anos 50 por Joseph L Mankiewicz com esse mesmo nome de "O Americano Tranqüilo", em 1958, numa versão mal conhecida com Audie Murphy e Michael Redgrave.

De qualquer forma, temerosa, a Miramax ia enterrar a fita quando Michael Caine, seu astro, pediu o favor de tentar mostrá-lo no Festival de Toronto, onde acabou tendo excelentes críticas. Mas não foi longe de bilheteria, nem tanto pela denúncia mas pela debilidade com que ela é feita. Só mesmo uma criança idiotizada e alienada não sabe o papel que os americanos fazem e sempre fizeram no mundo. O filme e o livro revelam isso como se fosse uma grande novidade.

Narrado por um inglês correspondente de guerra (Caine) quando chega um jovem americano (Brendan Fraser, uma escolha óbvia demais para fazer papel de bobo) que imediatamente se apaixona pela amante de Caine, uma jovem taxi-girl vietnamita, e tenta roubá-la, mas sempre com muita educação e gentileza. Inclusive chegando a salvar a vida do rival. Consegue ganhá-la (porque o inglês é casado e a mulher não dá o divórcio), mas ao mesmo tempo este vai descobrindo que o americano está ali com uma missão secreta de apoiar o surgimento de uma nova força que faça oposição a Ho Chi Min e os comunistas.

Está fornecendo armas e até ajudando a armar um atentado na rua com bombas para por a culpa nos comunistas e apoiar um general egocêntrico (todos nós sabemos como isto tudo iria acabar com a derrota americana anos depois). Ou seja, junto com o triângulo amoroso, há a denúncia de que os americanos esconderam sua intervenção e nunca perceberam que estavam sendo usados, no fundo lhe roubavam o dinheiro para criar tiranos locais e às vezes piores dos que tentavam derrubar. Ou sejam,sempre escolhem apoiar o lado errado.

Só que a história é contada de uma maneira bastante bonita (pelo diretor australiano Philip Noyce, que tinha outro bom filme simultâneo, "Rabitt Proof Fence"), de forma competente, mas não especialmente empolgante. E a denúncia não impressiona nada, nem choca ninguém. Vale mais mesmo por Caine que tem o melhor papel dos últimos anos, dominando inteiramente a fita. Deu merecida indicação ao Oscar e Globo de Ouro para ele.

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