Esperava-se que este filme fosse o terceiro indicado ao Oscar de longa-metragem de animação em 2002, em vez daquela bobagem do "Jimmy Neutron". Afinal, é um trabalho muito curioso, obviamente experimental, em que o diretor Richard Linklater tenta se redimir de algumas concessões comerciais (como com "Os Irmãos Fora da Lei", "Antes do Amanhecer"), fazendo uma fita para Festival.
A idéia é bem interessante. Ele rodou tudo antes em camera digital (os únicos atores conhecidos são Julie Delpy e Ethan Hawke que tem uma única seqüência numa cama discutindo) depois repassou para mais de vinte animadores diferentes, que cuidaram de partes do filme (ou seja, muda o estilo, a arte, o jeitão, conforme cada um deles, todos utilizando tecnologia sem muitas sofisticações).
O resultado por um lado é muito interessante, instigante, diferente. Por outro, o filme lembra aquelas fitas discursivas de Godard, onde se fala e discute questões transcendentais sobre a vida, o sentido da existência, filosofando-se (muitas vezes sobre efeito de drogas) sobre tudo e todos.