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Minha personagem vai direto ao sexo, diz Anne Hathaway sobre a comédia romântica ''Amor e Outras Drogas"

Os atores Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal em cena de ""Amor e as Outras Drogas"" - Divulgação
Os atores Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal em cena de ''Amor e as Outras Drogas'' Imagem: Divulgação

ANA MARIA BAHIANA

Especial para o UOL, de Los Angeles, EUA

06/12/2010 07h00

Jamie vende Viagra. Maggie acabou de receber um diagnóstico preocupante. Os dois se encontram, transam, mas os resultados não são exatamente o que acontece neste tipo de filme: Jamie é Jake Gyllenhaal, Maggie é Anne Hathaway , o ano é 1998 e o filme é ''Amor e Outras Drogas", de Ed Zwick, um diretor mais conhecido por dramas de grandes proporções (''O Último Samurai'', ''Diamante de Sangue'', ''Nova York Sitiada'') do que por comédias românticas (ou, neste caso, ''dramédias''). O filme estreou em 24 de novembro nos EUA e está previsto para 28 de janeiro de 2011 no Brasil.

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    A atriz Anne Hathaway, o diretor Ed Zwick e o ator Jake Gyllenhaal na première do filme ''Amor e Outras Drogas'' em Nova York (16/11/2010)

“Na verdade, eu comecei exatamente em trabalhos desse gênero”, diz Ed Zwick. “Meu primeiro fime, 'Sobre Ontem à Noite' (1986) era a adaptação de uma peça de Daid Mamet sobre um casal que enfrentava críticas de seus amigos. Muita coisa que eu fiz na TV, em séries, também estava no território da comédia de comportamento. Mas, de fato, fazia muito tempo que eu não explorava essa linguagem, estava sentindo falta. Pessoalmente, tenho pensado muito sobre aquele primeiro momento do amor, do 'apaixonaento', quando tudo é físico, sexual. Seria interessante complicar isso, testar esse relacionamento com coisas complexas.”

As “coisas mais complexas”, no caso, são a ironia da situação dos dois protagonistas – um representante de laboratório escolado em vender – medicamentos, ideias, a si mesmo – e uma mulher cuja fome de viver está muito além de tudo isso. “Meu personagem é um sujeito que só tem um modo de viver: ele é um vendedor”, diz Jake Gyllenhaal. “Ele está sempre vendendo alguma coisa, até mesmo quando está profundamente envolvido  com a personagem de Anne. No fundo, ele sabe o que ele quer ser para ela, mas não sabe mais como se expressar a não ser em termos de venda, de vendedor.”

TRAILER ORIGINAL DE ''AMOR E OUTRAS DROGAS''

“Maggie  é uma pessoa que não tolera besteira”,  diz Anne Hathaway ao descrever sua personagem. “Ela não tem tempo e cabeça para esse tipo de coisa. Está em busca de um êxtase real. Ela está passando por uma espécie de segunda adolescência, como um dos personagens diz no filme. Por isso o filme subverte alguns clichês da comédia romântica: minha personagem queima etapas, vai direto ao sexo, que é o que todo mundo quer mesmo, não é? Ela não tem tempo para enrolação, mas por meio desse processo meio radical descobre coisas profundas e importantes.”

''Amor e Outras Drogas'' baseia-se num livro de memórias de um verdadeiro representante de laboratório  chamado ''Jamie-Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman'', de Jamie Reidey, e se passa em 1998 por um motivo histórico. “Foi o ano em que o govermo norte americano permitiu a livre publicidade de medicamentos”, Zwick explica. “E foi o ano em que o Viagra foi aprovado pela FDA (entidade que regula a indústria farmacêutica nos EUA). Mencionamos marcas verdadeiras no filme porque faz parte de fatos públicos e é claro que 20 advogados do departamento legal da Fox (distribuidora do filme) analisaram o roteiro para evitar problemas jurídicos. Foi uma coincidência, mas, na semana em que começamos a filmar, a Pfizer foi condenada pelo Ministério da Justiça a pagar a maior multa da história -  U$2.3 bilhões - por abusos em suas práticas de venda…”.