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Lista de indicados ao Globo de Ouro 2011 confirma: 2010 foi, de fato, um ano triste

Josh Duhamel e Katie Holmes apresentam os indicados ao Globo de Ouro 2011 em Beverly Hills, nos EUA (14/12/2010) - Getty Images
Josh Duhamel e Katie Holmes apresentam os indicados ao Globo de Ouro 2011 em Beverly Hills, nos EUA (14/12/2010) Imagem: Getty Images

ANA MARIA BAHIANA

Especial para o UOL, de Los Angeles

14/12/2010 17h54

As indicações para a 68a. edição dos Globos de Ouro confirmam que 2010 foi, de fato, um ano triste: enquanto a categoria drama inclui (com algumas exceções, como sempre) alguns dos melhores filmes do ano, a categoria comedia ou musical é constrangedora. "Minhas Mães e Meu Pai", um ótimo filme que lidera com merecidas quatro indicações (para o filme, para as atrizes Julianne Moore e Annette Bening e para o roteiro de Lisa Cholodenko), foi obrigado a dividir a categoria com  constrangedor "Burlesque", cujo apelo cult, por conta de Cher e Christina Aguilera, não é o bastante para torna-lo sequer um filme. Três outros títulos menos embaraçosos, mas defintivamente medíocres, completam as indicações das comédias: "RED - Aposentados e Perigosos", "O Turista" e "Alice no País das Maravilhas".

 

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A marcha a ré nas escolhas deste ano continua com a maioria das indicações a ator e atriz de comédia ou musical, onde brilha uma inclusão dupla de Johnny Depp – por "Alice", o que até é compreensível, e por "O Turista", no qual ele atua com todo o entusiasmo de um sonâmbulo. Com as seleções extraordinariamente conservadoras das canções, onde triunfam baladas pop. Com a inclusão de Halle Berry entre as melhores atrizes por um desempenho exagerado em "Frankie & Alice", um filme que seria aceitável na TV dos idos tempos. E, finalmente, na ausência do franco-canadense "Incendies", um dos melhores filmes do ano, em qualquer língua, entre os indicados estrangeiros.

Em resumo, as escolhas 2010 não foram as mais felizes da história recente dos Globos - dos quais sou uma das votantes desde 1989. Tendo lamentado o conservadorismo e mediocridade das seleções deste ano, vamos ao que há de bom.

As escolhas de drama firmaram a disputa que se anunciava desde meados do ano: "A Origem" e "A Rede Social" no corpo a corpo, com "O Discurso do Rei" correndo por fora na vaga cativa dos britânicos e "Cisne Negro" como o azarão.

Curiosamente (para um filme em escala menor, com um distribuidor independente), "Rei" tem mais indicações que seus concorrentes de grande porte: sete contra seis de "A Rede Social" e quatro de "A Origem". A supresa na categoria é "O Vencedor", de David O. Russell, um drama no mundo do boxe que se parece com vários outros filmes do gênero. Exibido no final do período qualificador, acabou recebendo cinco indicações - filme, diretor, ator principal para Mark Wahlberg, coadjuvantes para Christian Bale e Melissa Leo.

Muitos títulos importantes ficaram de fora das principais disputas - "127 Horas", "O Escritor Fantasma", "Bravura Indômita", "Não me Abandone Jamais", por exemplo . E, fora a menção de Nicole Kidman, o restante de "Rabbit Hole", que é excelente. Até por ausência de competição, "Minhas Mães e Meu Pai" é o franco favorito na comédia, de onde desapareceram escolhas possíveis como "Cyrus", "It’s Kind of a Funny Story" e até o popular "Um Parto de Viagem".

Mas foi bom ver lembrados os desempenhos de Jacki Weaver em "Animal Kingdom", Ryan Gosling e Michelle Williams em "Blue Valentine", Jennifer Lawrence em "Inverno da Alma" e, na TV, Steve Buscemi e Kelly McDonald por "Boardwalk Empire", Idris Elba por Luther e Edgar Ramirez por "Carlos'.