Natalie Portman e Ashton Kutcher tentam separar o amor e o sexo em nova comédia romântica

Tratar o amor e o sexo como assuntos independentes, que não se misturam, é questão polêmica e de difícil conclusão. Como sugere o título, a comédia romântica "Sexo sem Compromisso", com Natalie Portman e Ashton Kutcher, pisa sobre esse terreno arenoso ao mostrar a confusão de sentimentos de um casal que decide, inicialmente, manter um relacionamento puramente sexual. Coincidentemente, este mesmo tema aparece em outras duas comédias românticas lançadas em 2011, todas elas com casais belos e famosos: "O Amor e Outras Drogas", com Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal, e "Amigos com Benefícios" (previsto para estrear no final de setembro), com Justin Timberlake e Mila Kunis.

A escolha dos filmes em mostrar os casais começando pelo sexo, antes de chegarem no envolvimento amoroso, parece apontar para uma tentativa de chacoalhar a fórmula das comédias românticas. Com os casais aos beijos e amassos logo no começo da trama, a torcida do espectador recai para que outro tipo de intimidade comece - e para que ambos reconheçam seus sentimentos. Não há mais a expectativa pelo primeiro beijo ou para que os dois durmam juntos. O que se espera é pela primeira caminhada de mãos dadas e para que o casal acorde lado a lado.

Embora a "novidade" da forma geralmente não se estenda ao conteúdo, a química do casal é capaz de segurar o olhar do espectador. No caso de "Sexo sem Compromisso", que estreia na sexta-feira (18) no Brasil, Kutcher e Portman fazem boa parceria, aproveitando inclusive as diferenças acentuadas de estaturas (ele é alto e ela não), que rendem boas piadas ao filme.

O filme conta a história de Adam (Ashton Kutcher, de "Par Perfeito"), que de tempos em tempos encontra Emma (Natalie Portman, de "Cisne Negro") acidentalmente: seja em um acampamento quando são adolescentes, ou anos depois em uma festa de faculdade regada a bebidas alcoólicas. Sempre há um clima de atração entre os dois, mas eles não dão vazão a seus impulsos. Depois de catorze anos desses encontros, finalmente trocam números de telefone. Adam sofre uma grande decepção amorosa e desconta sua frustração nas bebidas. Ele acorda no apartamento de Emma, totalmente nu, e sem saber exatamente o que aconteceu. É nesse momento de vulnerabilidade e ressaca que o casal finalmente vai para a cama pela primeira vez.

Emma é uma médica comprometida com sua carreira que não consegue se enxergar em um relacionamento amoroso tradicional. Para saciar suas necessidades, propõe um acordo a Adam: eles terão relações sexuais frequentemente, mas não terão qualquer comprometimento sentimental.

"Sexo sem Compromisso" tem a direção de Ivan Reitman, famoso por levar às telas produções leves que serão reprisadas constantemente em sessões vespertinas televisivas, como "Junior" e "Minha Super Ex-Namorada". A diferença é que seu novo trabalho recebeu uma classificação indicativa elevada nos Estados Unidos, onde menores de idade só podem assistir ao filme se estiverem acompanhado dos pais.

A razão da determinação não está tanto nas numerosas cenas de sexo, que são bem menos reveladoras do que as picantes imagens de corpos desnudos de "O Amor e Outras Drogas". Os censores foram exigentes por conta dos numerosos palavrões proferidos pelos personagens. Como "Sexo sem Compromisso" é tão leve quanto a maior parte da filmografia de Reitman, a distribuidora nacional resolveu contornar o obstáculo. De olho nas plateias mais jovens, os palavrões foram substituídos por legendas bem mais inocentes