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Versões dos contos de fadas para o cinema agradam crianças e adultos; veja sugestões de filmes

GAYDEN WREN

Do Hollywood Watch

17/03/2011 07h00

Contos de fadas são uma fonte potente de histórias para o cinema há mais de um século e parecem estar aparecendo nas salas em número cada vez maior. Há tempos eles mostram que rendem boas histórias. Walt Disney construiu um império com desenhos animados como “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) e “Cinderela” (1950).  Os anos se passaram e mostraram que os contos de fadas, inicialmente voltados às crianças, agradam cada mais mais os adultos, incluindo os adolescentes.

“Enrolados” não se transformou em um dos grandes sucessos de bilheteria do ano limitando seu apelo às crianças, e o recém-lançado “A Fera” - baseado em “A Bela e a Fera” - e “A Garota da Capa Vermelha” não hesitam em excluir as crianças de seu público.

Por que os contos de fadas modernizados são tão populares entre o público adulto? Talvez seja uma prova do apelo duradouro dessas histórias ícones com as quais virtualmente todos nós crescemos. Talvez seja porque em tempos econômicos difíceis, não diferentes da Grande Depressão durante a qual Disney ascendeu para a glória, as verdades simples dos contos de fadas tenham maior poder. Ou talvez seja simplesmente por que artistas talentosos se sintam atraídos pela chance de explorar elementos conhecidos de formas diferentes, encontrando um novo ângulo em histórias antigas, virando-as do avesso ou, frequentemente, reafirmando as velhas lições para uma nova era.

Aqui está uma dúzia de filmes de contos de fadas, alguns antigos e alguns novos, baseados em histórias clássicas ou apenas no espírito dessas histórias, com atores de carne e osso ou em animação, todos eles voltados para agradar tanto os adultos quanto as crianças.

 

CONTOS DE FADAS QUE TAMBÉM AGRADAM ADULTOS

"O Ladrão de Bagdá" (1924): Esta saga das “Mil e Uma Noites” é uma aventura clássica. Dirigido por Raoul Walsh, que posteriormente dirigiu outros clássicos como “Seu Último Refúgio” (1941), “O Intrépido General Custer” (1941) e “Fúria Sanguinária” (1949), o filme traz Douglas Fairbanks Sr. como o ladrão arrojado que se apaixona por uma bela princesa. Os efeitos especiais ainda funcionam bem e a graça sem esforço de Fairbanks provoca suspiros até hoje entre o público calejado de ação.
"A Bela e a Fera" (1946): A versão alucinante de Jean Cocteau tem interpretação poderosa e marcante da Fera por Jean Marais, capaz de ficar gravada na sua memória até muito depois do final do filme.
“A Princesa Prometida” (1987): O roteiro de William Goldman, baseado em seu próprio livro, não é de um conto de fadas clássico, mas destila a essência do gênero em uma “nova” história de um cavalariço humilde que se transforma em pirata e seduz uma princesa. Os astros Cary Elwes e Robin Wright são comicamente sonsos, mas o elenco coadjuvante– entre eles Billy Crystal, Mandy Patinkin, Wallace Shawn e Peter Falk como o vovô narrador– tem vigor, tempero e humor. Filme é uma clássico cult.
"Edward Mãos de Tesoura" (1990): O filme de Tim Burton é uma parábola de beleza sombria e perda dolorosa e foi um marco para uma geração de garotas adolescentes. A obra abriu portas para Johnny Depp ser um astro do cinema, deu ao astro de horror veterano Vincent Price um último grande papel e provou que Burton era capaz de fazer mais do que apenas humor negro.
“A Bela e a Fera” (1991): A obra-prima que combina o melhor da velha Disney - um conto de fadas belo como uma heroína corajosa - com canções ao estilo da Broadway, tem visuais dramáticos e abundância de referências para o público mais velho. Um prazer para ver ou ouvir, este indicado ao Oscar de Melhor Filme merece o título de clássico.
“Hook - A Volta do Capitão Gancho” (1991): Sim, o projeto dos sonhos de Steven Spielberg, uma sequência para “Peter Pan”, é longo demais com 144 minutos e às vezes a história parece correr o risco de sucumbir diante dos excessos da direção de arte. Mas a ousadia da visão de Spielberg, as interpretações excelentes – especialmente de Dustin Hoffman como o Capitão Gancho e de Bob Hoskins como Barrica– e o simples entusiasmo de todos os envolvidos tornam o filme irresistível.
“Para Sempre Cinderela” (1998): Protagonizado por Drew Barrymore, esta versão medieval de “Cinderela” se mantém surpreendentemente fiel ao original, mas conta com um toque moderno. Barrymore se sai como Cinderela melhor do que a maioria, Dougray Scott é o príncipe encantado e Anjelica Houston é uma esplêndida Madrasta Malvada.
“Floresta Negra” (1997): Definitivamente não para crianças e nem mesmo para adultos sensíveis, esta versão radical de “Branca de Neve” passa longe de um desenho da Disney. Mantendo-se mais fiel do que o habitual à história original dos Irmãos Grimm, ele usa a linguagem dos filmes de horror para expor os aspectos sombrios daquele que é possivelmente o mais freudiano dos contos de fadas. Como a madrasta malvada, Sigourney Weaver é positivamente diabólica.
“Stardust - O Mistério da Estrela (2007)”: Mestre das histórias em quadrinhos, Neil Gaiman escreveu este romance de fantasia para jovens adultos e a adaptação para o cinema de Matthew Vaughn mantém o tom picaresco de Gaiman, fazendo bom uso de seu elenco: Claire Danes, Robert De Niro, Ian McKellen, Sienna Miller e Michelle Pfeiffer. O pirata de De Niro é engraçado e o filme como um todo consegue tem charme.
“Uma Garota Encantada” (2004): Outro conto de fadas moderno que explora o estilo dos clássicos, o filme arranca mais risadas do que o habitual ao contar a história de uma jovem (Anne Hathaway) apaixonada por um príncipe corajoso (Hugh Dancy), mas atrapalhada por uma maldição que a obriga a cumprir qualquer ordem que lhe é dada. Anne Hathaway exibe um talento até então não visto para o pastelão.
“Encantada” (2007): Cruzamento literal entre um desenho clássico da Disney e uma comédia romântica moderna, o filme conta a história da princesa Giselle (Amy Adams), uma personagem de animação que, graças à maldição de uma bruxa, ganha vida tridimensional no meio da Nova York do século 21. Na tradição das melhores comédias de “peixe-fora-d’água”, esta fantasia envolvente tem uma doçura que as meninas pré-adolescentes adoram e ação e inteligência para manter seus pais e seus namorados entretidos.
“Enrolados” (2010): O melhor desenho animado da Disney desde o auge do início dos anos 90, com “A Pequena Sereia” (1989), “A Bela e a Fera” e “Aladdin” (1992), “Enrolados” é uma adaptação esperta de “Rapunzel” dos Irmãos Grimm, com canções .

 

Tradutor: George El Khouri Andolfato