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Dira Paes conviveu com sem-tetos para criar sua personagem em "Estamos Juntos"

Dira Paes grava cena para o filme "Estamos Juntos" - Fernando Cavalcanti/ UOL
Dira Paes grava cena para o filme "Estamos Juntos" Imagem: Fernando Cavalcanti/ UOL

THIAGO STIVALETTI

Colaboração para o UOL, de Recife

05/05/2011 20h06

Depois de duas novelas, Dira Paes volta agora ao seu habitat natural: o cinema. Depois de sessão adiada por causa de previsão de chuva, nesta quinta (05) ela apresenta no Cine PE o filme "Estamos Juntos", de Toni Venturi, no qual faz Leonora, a líder de um grupo de sem-teto no centro de São Paulo com o qual se envolve a protagonista, a médica Carmem (Leandra Leal).

Para viver Leonora, Dira conheceu os prédios ocupados no centro de São Paulo e se inspirou em dona Nete (Ivanete de Araújo), líder do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro de São Paulo).

"Existem centenas de prédios desocupados no centro e um déficit de 15 mil moradores. A Nete costuma dizer que, nesses lugares, os ratos e baratas vivem melhor que ser humano. Essas pessoas perderam tudo, a maioria é de mulheres que criam seus filhos sozinhas. Elas não são invasoras, fazem ocupação social. O movimento é organizado, nos prédios não é permitido o consumo de drogas ou bebida, não há lixo no chão, e quem desobedece as regras é expulso. Não são marginais, só querem ver seus filhos estudando, comendo e dormindo", contou.

TRAILER DO FILME "ESTAMOS JUNTOS"

Dira visitou um prédio na praça Mauá, no centro de São Paulo, e se misturou com os ocupantes para ser apenas mais um deles. "Eu tinha que olhá-los no olho e fazê-los perceber que não sou melhor que eles só por ser atriz de televisão. Esse é um dos maiores desafios de um ator, o de contracenar com o real".

Poço maligno

Com 25 longas no currículo, Dira exibiu no festival seu primeiro trabalho num curta - o paraense “Matinta”, de Fernando Segtowick, no qual interpreta uma mulher possuída por Matinta, uma entidade maligna.

Ainda este ano, Dira aparece numa participação afetiva em "A Febre do Rato", novo filme de Cláudio Assis (de "Amarelo Manga" e "Baixio das Bestas"). Seu marido, Pablo Baião, é um dos diretores de fotografia do filme.

"Apareço com meu filho Inácio numa cena bonitinha, logo no começo do filme, perto de um pocinho. Mas estou preocupada... Como continua o filme? Deve acontecer cada coisa naquele pocinho!", brinca.

Outra participação é como uma das mulheres do caminhoneiro vivido por João Miguel em "À Beira do Caminho", filme inspirado nas músicas de Roberto Carlos dirigido por Breno Silveira (com o qual já trabalhou em "2 Filhos de Francisco").