Topo

"Sou uma espécie de ovelha negra da família", diz Cauã Reymond sobre papel em filme com Santoro

ALYSSON OLIVEIRA

Colaboração para o UOL, de Paulínia

10/07/2011 16h34

Rodrigo Santoro e Cauã Reymond são dois irmãos que se estranham no drama “Meu País” – filme de André Ristum, que estreou no sábado (9), no 4º Paulínia Festival de Cinema. O pai dos rapazes é interpretado por Paulo José, que morre numa das primeiras cenas do longa. Ele deixa de herança uma irmã que não conheciam, com deficiência intelectual, papel interpretado por Débora Falabella.

No filme, Santoro e Reymond são dois irmãos que se estranham muito quando o primeiro volta da Itália depois da morte do pai. “Construímos esses personagens em cima das afinidades e diferenças deles. Sou uma espécie de ovelha negra da família. É como se o personagem do Santoro fosse são paulino, e eu, corintiano”, disse Reymond, no começo da tarde de domingo durante a coletiva de imprensa. Santoro contou que o diretor, que morou anos na Itália, lhe serviu de experiência. “Falamos muito sobre ser brasileiro e voltar para o seu país com um olhar estrangeiro. Com as minhas idas e vindas para fora e dentro do Brasil, percebi que meu país é a minha família, é o que está dentro de mim vai para qualquer lugar comigo”, disse Santoro.

O ator também disse que foi buscar em sua própria família elementos para compor seu personagem Marcos, o filho mais velho que mora na Itália. “Sou filho de italiano, mas nunca falei o idioma, fui me preparar para o filme e contei muito com a ajuda do André [Ristum]. Foi um desafio que me estimulou muito.”

Para criar vínculos, os três atores conviveram por algum tempo e tiveram a ajuda de uma preparadora, Laís Corrêa. “Ficamos juntos, mas não por muito tempo, para poder haver um estranhamento no set, afinal, eles são irmãos que não conviveram”, explicou Débora. Reymond ressaltou que trabalha com uma preparadora desde o começo de sua carreira, e acha que é uma ajuda fundamental. “Sei de muitos atores que contam com a ajuda de preparadores e querem crédito apenas para si. Acho isso muito feio.”

O ator conta que acredita hoje estar mais maduro profissionalmente graças à ajuda de sua preparadora, Andrea Cavalcantti. “Eu amadureci na frente das câmeras. E trabalhei com diretores com os mais diferentes métodos, como José Eduardo Belmonte [com quem fez “Se nada mais der certo”], que tem um método muito peculiar de preparar os atores e filmar, deixando os atores muito livres”.