Topo

Mesmo sem agradar os críticos, Ryan Reynolds diz que adoraria "encarnar" o herói de "Lanterna Verde" outra vez

EDUARDO GRAÇA

Colaboração para o UOL, de Los Angeles, nos EUA

17/08/2011 07h00

Um dos mais queridos super-heróis do mundo dos quadrinhos finalmente chega aos cinemas brasileiros na sexta-feira. “Lanterna Verde”, o filme, traz na pele de Hal Jordan o camaleônico Ryan Reynolds, que tem no currículo a divertida comédia “A Proposta”, com Sandra Bullock e coisas mais sérias, como “Enterrado Vivo”. Também consta da biografia do galã canadense de 34 anos o casamento, por dois anos, com uma das mulheres mais desejadas do planeta: Scarlett Johansson.

Mas, de acordo com a crítica americana, nem todo o charme do ator conseguiu salvar o filme, dirigido por Martin Campbell (de “007 – Cassino Royale”), a partir de um roteiro assinado por quatro escribas sob direta supervisão da DC Comics. No “Wall Street Journal”, o decano Joe Morgenstein disse que Peter Sarsgaard, na pele do vilão Hector Hammond, é “o único que consegue criar um personagem completo, com paixões reais. No mais, não há absolutamente nada”.

Ryan Reynolds diz que foi divertido viver "Lanterna Verde"

Mark Jenkins, do “Washington Post”, tentou jogar por terra uma das principais razões para Reynolds, um fã do personagem criado em 1940 por Bill Finger e Martin Nodell, encarnar Hal Jordan na tela grande. “O filme não é nem divertido nem contagiante o suficiente para justificar uma ‘franquia verde’”. Também ficou aquém das expectativas dos produtores nas bilheterias americanas, arrecadando 115 milhões de dólares em dois meses. Estima-se que o longa, recheado de efeitos especiais de gosto duvidoso e apresentado em versão 3-D, custou 200 milhões de dólares.

“Lanterna Verde” conta a origem do personagem e traz, além de Reynolds, a bela Blake Lively como o interesse amoroso do protagonista; Mark Strong como o veterano justiceiro galáctico Sinistro e participações especiais de Tim Robbins e Angela Basset. O UOL participou da coletiva de imprensa realizada em Beverly Hills com o astro Ryan Reynolds. Os melhores trechos seguem abaixo:

O UNIFORME

Ryan: Eu não uso um uniforme apertado típico dos super-heróis. Como o Lanterna Verde é criado de pura energia, a “roupa” é uma criação digital, se tivesse algum tecido, queimaria. Foi um pouco bizarro andar com uma vestimenta pesada, cheia de marcações para os computadores, no calor do verão úmido da Lousiana, onde filmamos. Um dos momentos mais incríveis para mim foi ver, depois de seis semanas de filmagens, as primeiras imagens, ainda em teste, de como ficaria na tela do cinema. Foi incrível.

PERIGOS NO SET

Ryan: Meu ombro não estava lá estas coisas quando comecei a filmar e fiz uma cirurgia. Provavelmente seria o herói com os super-poderes mais fracotes, com o ombro deslocado. E foi bem fácil fazer as cenas em que meu personagem tem medo de voar, porque eu estava aterrorizado! Tomara que nos extras dos DVDs eles mostrem todo o processo em que, por alguns segundos, eu sentia que não tinha qualquer peso em meu corpo, subindo e descendo puxado por um fio, com um câmera, o Frosty, que também é um excelente dublê, filmando tudo de baixo. E o engraçado é que quando me via lá em cima, sem nada embaixo, algo vinha de algum lugar da minha mente, alguma memória, e eu gritava o nome de atores de sitcoms dos anos 80: Alan Thicke! Judith Light! (risos), até voltar para o chão. De repente foi algum neurônio afetado pelo uso de drogas na época do colégio (mais risos). Mas, sério, o mais importante para mim é que o filme fosse fiel aos quadrinhos, mais do que qualquer outro elemento. Não queria que os diretores e roteiristas diminuíssem a complexidade do Hal, o fizessem lidar com temas e situações menos intensas.

 

A CORAGEM DE HAL JORDAN (E A DE REYNOLDS)

Ryan: Não é que ele não tenha medo de nada, é que a humanidade dele o destaca dos outros. Ele crê profundamente nos seres humanos, em suas qualidades e defeitos. No meu caso, sempre fico nervoso quando digo sim para um personagem. Sempre fico amedrontado no primeiro encontro com o novo personagem, aí vou trabalhando, e é uma grande vitória enfrentar meus medos em relação a estes seres que vou criando.

 

LANTERNA VERDE II, A MISSÃO?

Ryan: Um dos aspectos que mais me interessaram sobre o universo dos Lanternas Verdes é o fato de que eles são seres milenares. Há muitas histórias a serem contadas, adoraria voltar a encarnar o Hal Jordan.

MALHANDO

Ryan: Tive de ficar em forma como nunca antes para encarnar o Lanterna Verde. Durante seis meses comi vegetais, saladas e crianças distraídas (risos) e malhei, malhei, malhei muito. Martin Campbell é conhecido por testar os limites dos atores com quem trabalha. Quando você vê, está fazendo uma cena de ação que jamais imaginaria fazer na vida, sem dublê. Literalmente, você gostaria de ver a cena novamente para colocar em seu epitáfio. E quando você está pensando nisso, Martin grita: “Agora vamos fazer de novo, com mais velocidade!” (risos).

FORÇA DE VONTADE

Ryan: Não sei se tenho a mesma força de vontade do Hal. Eu tenho disciplina, certamente, para atingir minhas metas, das mais triviais às mais significativas. Desde muito criança, meu pai me incutiu a importância de ser um trabalhador, de dar duro. E medo dos homens! Sério: sempre fui disciplinado, o que é importante na profissão em que escolhi, tão competitiva. Algumas vezes, preciso dizer, trabalhei tanto que prejudiquei minha vida pessoal.