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Aos 70 anos, Nelson Xavier explora filão do espiritismo com três filmes seguidos sobre o tema

ALYSSON OLIVEIRA

Do Cineweb

18/10/2011 07h00

Ator veterano do cinema, teatro e televisão, aos 70 anos de idade, Nelson Xavier se tornou conhecido do grande público em filmes como “Os Fuzis” (1964), “A Falecida” (1965) e “A Rainha Diaba” (1974), e novelas e séries como “Lampião e Maria Bonita” - na qual encarnou o famoso cangaceiro -, “Tenda dos milagres” (1985) e “Renascer” (1993). Mas, quando perguntado sobre sua carreira, o ator é modesto. “Eu nunca quis ser ator, isso foi consequência. Queria ser cineasta e dramaturgo, mas como na época não havia cursos, estudei artes dramáticas”, disse em entrevista ao UOL Cinema.

Longe da televisão desde 2008, quando participou da novela “A Favorita”, o ator participou, nesse período, de três filmes. O mais recente é “O Filme dos Espíritos”, em cartaz  no país. Em comum, os longas giram em torno do tema do espiritismo. “Mas são filmes bem diferentes. Quando me chamaram para fazer ‘As Mães de Chico Xavier’, eu não aceitei em princípio porque não queria repetir o papel [do médium, que ele fizera em ‘Chico Xavier’]. Mas quando li o roteiro, vi que era uma fase diferente da vida dele”.

Já em “O Filme dos Espíritos”, Xavier interpreta um psiquiatra adepto do espiritismo, que tenta preparar um ex-aluno brilhante (Reinaldo Rodrigues) para ser seu sucessor no trabalho que desenvolve numa fundação espírita. “Eu gostei muito do personagem que me ofereceram. É a oportunidade de lidar com o drama e outras coisas da vida”.

TRAILER DE "O FILME DOS ESPÍRITOS"


Em “O Filme dos Espíritos”, além de contracenar com Ana Rosa, que faz sua mulher, repetindo a dupla da novela “Suave Veneno”, Xavier foi dirigido por André Marouço e Michel Dubret, estreantes em longas. “Não vejo diferença nenhuma entre diretores novatos e experientes. Costumo ter uma relação muito boa com todos”.

Como diretor de cinema, Xavier teve apenas uma experiência em 1978, com “A Queda”, que coescreveu e codirigiu com seu amigo Ruy Guerra – com quem trabalhara em “Os Fuzis” e “Os Deuses e os Mortos”. “Eu não levo jeito para ser empresário de cinema. É preciso um perfil específico para ser diretor de cinema, ir atrás de dinheiro. Eu não gosto de fazer isso”. Nem por isso, ele deixa de escrever alguns roteiros que, segundo sua própria avaliação, “são textos bastantes radicais”. O drama “A Queda” rendeu-lhe diversos prêmios, entre eles um especial do júri no Festival de Berlim em 1978.

Em janeiro, Xavier foi visto na televisão quando o filme “Chico Xavier” foi exibido em forma de minissérie. Mas seu último trabalho inédito na telinha foi na novela “A Favorita”, há três anos. Desde então, ele confessa que aguarda novos convites:  “Eu não sei por que não me chamam. Gostaria de saber, mas não consigo entender”.