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Com referências a games e cultura pop, "'2 Coelhos' é um filme nerd", diz Alessandra Negrini

Alessandra Negrini luta contra seus demônios em cena de "2 Coelhos" - Divulgação
Alessandra Negrini luta contra seus demônios em cena de "2 Coelhos" Imagem: Divulgação

Estefani Medeiros

Do UOL, em São Paulo

18/01/2012 07h00Atualizada em 19/01/2012 19h43

Explosões, animações, efeitos especiais ousados e até referências do jogo GTA fazem parte das cenas de “2 Coelhos”, primeiro longa do cineasta e ex-publicitário Afonso Poyart, que estreia nesta sexta (20), nos cinemas brasileiros.

Apesar de ter foco nas cenas de ação, o filme também conta com o bom humor do bandido Velinha (Thaíde) e do vilão Máicon (Marat Descartes), além de ser costurado pela história de amor de Julia (Alessandra Negrini) e Edgar (Fernando Alves Pinto).

Em entrevista realizada nesta terça (17), Alessandra Negrini diz que esse foi justamente o motivo que a fez se apaixonar pelo filme. “Ele não é uma história de amor, não é só ação. Se pudesse classificá-lo, seria como um filme nerd”, explica a atriz. “A gente queria fazer um videogame de verdade", completa o ator Fernando Alves Pinto. 

Para Negrini, o filme também "é feito para um público carente desse conteúdo no cinema nacional, a galera que está antenada o tempo todo, que sabe o que está rolando”. O diretor completa explicando que "nosso cinema abrange todos os gêneros e que um filme de ação bem feito também pode ter público no país". 

Poyart explica que "2 Coelhos" teve um ano e meio de pós-produção. A cena que Negrini briga com os demônios de sua Síndrome do Pânico (foto), por exemplo, demorou cerca de cinco meses para ser finalizada. "Queria um filme contemporâneo", argumenta. 

Sobre as tomadas que envolvem São Paulo, o diretor brinca ao dizer que "todo santista sonha em morar em São Paulo", e por ter nascido na cidade litorânea quis mostrar um filme paulista, urbano. "Essa cidade é cinza, opressora, queria mostrar isso no filme". 

Atores x Personagens

Um dos vilões de destaque do filme, Marat Descartes diz que divertiu-se muito no papel do vilão Máicon. "Adoro ser vilão, sempre gosto. E não é porque sou eu, mas é um vilão simpático", diz entre risos. Já o ator Caco Ciocler diz que a cena preferida de seu personagem foi a que ele perde a família. "O meu personagem é construído no que ele oculta. É a minha cena favorita e mais desafiadora", conta. 

Assista trailer do filme

Já para Alessandra, o que a atraiu na personagem foi a sua ambiguidade. "Ela é uma bandida heroína ou uma heroína bandida. Ela quer a praia, o sol e o amor. É corajosa e ao mesmo tempo frágil", diz. 

Trilha-sonora

A música que abre o filme é "Kings & Queens", da banda americana 30 Seconds To Mars. Na trilha-sonora, o espectador é conduzido pela trama com Lenine, Matanza, Tom Waits e Radiohead.

"Usei músicas que gosto. Acho que música já tem um significado especial pras pessoas. Quando você as coloca em um filme, elas ganham outro. Temos uma lista grande de direitos adquiridos", explica o diretor que diz ter Quentin Tarantino e Christopher Nolan em suas influências.

"Usei um mix de diretores que conheço como referência. O maior deles é o Fernando Meirelles. 'Cidade de Deus' pra mim é o maior filme dos últimos tempos", opina. 

Para definir o filme, Poyart conta que "queria adaptar corrupção e criminalidade no início, mas acabou virando mais que isso. É um cara comum meio justiceiro, que vive coisas que vivemos no dia-a-dia", diz. "É um filme sobre sobrevivência", completa Caco Ciocler. 

"O roteiro é muito intercalado, complicado de um jeito divertido. Desafiador para todas as idades, diz Fernando. "No filme, a missão do personagem é matar dois coelhos com uma 'caixa d´água só'. Mas no fim, quem escolhe os coelhos é o espectador", finaliza o diretor. 

Curiosidades de "2 Coelhos"

  • Cena do filme "2 Coelhos" imita jogo Grand Theft Auto

  • Uma das cenas de fogo demorou cerca de três horas para ser montada e as chamas chegaram a 30 metros de altura
  • Um dispositivo wireless foi adaptado para o filme com um disparador especial com alta precisão de velocidade. Aliado a uma câmera que registra mil quadros por segundo, ele dá os efeitos de câmera lenta das explosões
  • Réplicas de armas como AK-47 e AR-15 foram usadas com balas de festim
  • O filme foi feito com autorizações do exército e da polícia
  • Negrini não estava presente no momento da explosão do carro que é exibida no trailer
  • Cenas com desenhos de quadrinhos tiveram cerca de 20 profissionais envolvidos na pós-produção
  • O diretor de efeitos especiais já trabalhou em filmes como "Amanhecer", da saga "Crepúsculo" e "Os Mercenários"