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Filme franco-senegalês mostra último dia na vida de um pai de família que sabe que vai morrer

Alessandro Giannini

Do UOL, em Berlim

10/02/2012 09h43

No segundo dia do Festival de Berlim 2012, o filme franco-senegalês "Aujourd'hui" tirou pela primeira vez a plateia formada por jornalistas que cobrem o evento da "zona de conforto".

O filme, dirigido por Alain Gomis, acompanha o último dia na vida de Satché (o ator e cantor americano Saul Williams), um jovem pai de família senegalês que percorre a cidade revisitando lugares e amigos nas 24 horas que lhe restam.

Terceiro longa-metragem da carreira de Gomis, o filme se vale de tradições e lendas da cultura africana para acompanhar um homem em busca do sentido de sua vida. Não é algo novo no cinema: Ingmar Bergman fez o mesmo no clássico "Morangos Silvestres". A diferença está na forma como os personagens se comportam ao longo desta última jornada.

Enquanto o personagem de Bergman se transforma ao longo de seu último dia, o de Gomis está ciente desde o início sobre o que pensam dele, para o bem e para o mal. Satché percorre esse último dia com a serenidade e alegria de quem revisita os locais e pessoas de sua infância. E termina a jornada em família.

É difícil dizer a esta altura do festival quais as chances de um filme com o perfil de "Aujourd'hui" na disputa pelos Ursos. Para Gomis, no entanto, o fato de fazer parte do evento já significa um prêmio para ele. "Acredito profundamente no poder do cinema", concluiu.