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"Skyfall" vai ter homenagem a filmes anteriores e Bond girls fortes, conta diretor

Os atores Naomie Harris, Daniel Craig, Bérénice Marlohe e Ola Rapace durante a apresentação de "007 - Operação Skyfall", novo filme de James Bond, em Istambul, na Turquia (29/4/12) - Divulgação
Os atores Naomie Harris, Daniel Craig, Bérénice Marlohe e Ola Rapace durante a apresentação de "007 - Operação Skyfall", novo filme de James Bond, em Istambul, na Turquia (29/4/12) Imagem: Divulgação

Mariane Morisawa

Do UOL, em Istambul (Turquia)

03/05/2012 07h00

É como se o próprio 007 estivesse encarregado de guardar os segredos de “Skyfall”, o 23º longa-metragem com James Bond, que marca o 50º aniversário da franquia no cinema. Com as filmagens ainda em andamento na cidade de Istambul, na Turquia, onde a produção ainda fica por mais um mês, o diretor Sam Mendes, a produtora Barbara Broccoli e os atores Daniel Craig (James Bond), Naomie Harris (Eve), Bérénice Marlohe (Séverine) e Ola Rapace (Patrice) fizeram o possível para manter o mistério do filme que estreia em outubro no Reino Unido e em novembro no Brasil.

O diretor Sam Mendes citou dois livros como muito inspiradores para “Skyfall”: “O Homem do Revólver de Ouro” (1965) e “A Morte no Japão” (1966). “Muitas coisas dessas duas obras ficaram de fora, porque a franquia estava mais interessada no glamour e nas mulheres”, disse. “Bond estava envelhecendo e ficando mais consciente de sua falibilidade.” Filmes como “O Cavaleiro das Trevas” ajudaram a franquia de 007 porque mostraram que retratar um lado sombrio não significa desastre comercial. “Na época de Roger Moore, era como se Bond não andasse no nosso mundo. Ao mesmo tempo, Bond não é Bourne”, enfatizou. Quando indagado se assuntos correntes, como o terrorismo, seriam abordados, Mendes disse: “Você tem de ver que ele não vive num mundo real. Mas também não está num universo paralelo. É preciso capturar a essência do que está atemorizando as pessoas e incluir de uma maneira que não tenha uma cara ou nome específicos”. Um detalhe contado pelo diretor: o Aston Martin DB5 volta, como homenagem a “007 Contra Goldfinger” e por uma razão específica na história. Que, claro, o cineasta não quis revelar. Várias outras referências a filmes da série serão espalhadas por “Skyfall”.

O melhor em falar pouco foi o próprio Craig, que até daria um bom agente secreto. Foi ele quem perguntou a Sam Mendes sobre seu interesse em dirigir o filme, o que não significa que “Skyfall” tenha uma pegada mais artística, típica de um cineasta vencedor de Oscar (por “Beleza Americana”). “Não está sendo feito de forma artística, só queremos fazer um filme muito bom. Para mim, os bons filmes são artísticos. É uma questão de juntar a melhor quantidade de talentos que pudermos”, disse Craig. “Não é artístico no sentido de que não haverá cenas de 20 minutos em silêncio”, brincou. Bérénice Marlohe ainda acrescentou que ter um diretor como Sam Mendes traz tudo o que é preciso num filme de James Bond, mais um “foco nos relacionamentos”. Foi Daniel Craig também quem convidou Javier Bardem para ser o vilão Silva. “É meu ator favorito”, afirmou.

Aqui e ali, porém, os outros envolvidos deixaram escapar algumas coisinhas. Na sequência de abertura, antes dos créditos, Patrice está sendo perseguido em Istambul por Bond e Eve, num Land Rover, porque tem algo que os agentes secretos querem. É Eve e não Bond quem está ao volante. “Usamos carros, motos e trem”, disse Naomie Harris. Faz um mês e meio que estão rodando a sequência e há mais 30 dias em vista. “Muita coisa acontece, é o 50º aniversário, então tem de ser enorme! Vai ser maior, mais excitante e dramática do que as sequências de abertura anteriores”, completou a atriz. Sobre sua personagem, Harris ainda afirmou que se trata de “uma agente júnior que admira Bond e quer ser como ele”. Por isso mesmo, rejeita o rótulo de Bond girl. “Nem sei se o termo se aplica mais ou se são apenas personagens.” Harris não assinou contrato para outros filmes, não sabe se sua personagem vai voltar e contou “ser questionável” se Eve e Bond permanecem um time até o final de “Skyfall”. Sobre um romance entre os dois espiões, ela disse apenas “talvez”.

Bérénice Marlohe deixou no ar se sua personagem está do lado dos mocinhos ou dos vilões. “Nós usamos o termo: glamorosa enigmática”, disse a atriz, que aprendeu a atirar apenas para sua satisfação pessoal, não porque o papel exigisse. Sua nacionalidade é um mistério. “Não é francesa!”, contou. Indagada se é brasileira, soltou: “Hum! Você vai ver! Mas ela tem uma nacionalidade”. Confirmou, porém, que Séverine tem ligações com Silva (Javier Bardem), o arqui vilão do filme. “E também com vários outros homens”, afirmou. Já Ola Rapace contou que Patrice gosta do que faz, matar. Quando um jornalista perguntou se seu personagem tinha relação com Silva, o ator sueco respondeu: “Na minha cabeça, sim”. Antes de conseguir o papel, ele passou por vários testes, para os produtores e o diretor saberem se tinha condições de aprender as coreografias de lutas e a manejar motos e carros – quem o ensinou a dirigir no filme foi Ben Collins, conhecido pelo programa “Top Gear”.