Morgan Freeman e Michael Caine dizem que diretor de "Batman" é uma exceção no cinema
Amigos de longa data, Michael Caine e Morgan Freeman são veteranos da série “Batman” desde o primeiro filme dirigido por Christopher Nolan, “Batman Begins”, em 2005 (Caine ainda trabalhou mais duas vezes com Nolan, em “O Grande Truque” e “A Origem”). Depois de repetir pela terceira vez seus papéis como Alfred, o fiel mordomo e, praticamente, pai adotivo de Bruce Wayne, e Lucius Fox, o alto executivo das Indústrias Wayne com talento para desenvolver tecnologia de ponta, Caine e Freeman estão inteiramente no mundo de Gotham --e de Nolan.
UOL - Esta é a terceira rodada de vocês com a franquia “Batman” na visão de Christopher Nolan --e Michael, você tem mais dois filmes com ele. Qual a avaliação final que fazem de Nolan?
Morgan Freeman - Nolan é uma anomalia, uma exceção no cinema hoje porque ele é ao mesmo tempo um roteirista excepcional e um diretor excepcional. É um pacote só, e isso é raro. A maioria dos diretores também gosta de ser muito presente no trabalho dos atores, ficar sempre por perto, e Chris não faz isso. Ele é um diretor brilhante, calmo e quieto. Tem uma autoridade quieta e calma que não precisa de mais nada para por ordem num set. Na verdade, se você for visitar um dos seus sets, vai ter dificuldade para encontrá-lo. Ele desaparece.
Michael Caine - Ele me lembra muito John Huston. Ele nunca vinha me dar instruções detalhadas, quase nunca falava comigo. Um dia eu fui perguntar por que e ele me disse: “Michael, por isso é que lhe pagamos esse dinheiro todo. Confiamos em você. Você não precisa de mim para saber o que fazer”. Chris é assim. E ele jamais te deixa sem graça na frente dos seus colegas, da equipe. Se ele não gosta de alguma coisa ele sussurra ao seu ouvido, delicadamente. Ele sabe como afinar uma produção. É como se ele tocasse o set de ouvido.
E de Christian Bale como Batman? Vocês acham que ele cresceu como ator?
Freeman - Eu o conheci como Bruce Wayne/Batman e imediatamente vi que se tratava de um ator extraordinário, de enorme talento. Acho que ele foi se tornando mais dono do personagem, mas ele já veio para os filmes como um talento amadurecido.
Caine - Ele ganhou um merecido Oscar, estava tremendo em “O Vencedor”. Eu votei nele para esse Oscar porque o trabalho dele foi fantástico e ele é fabuloso. Neste último filme tivemos a nossa cena mais dramática de todos os três, ele e eu, e ele foi absolutamente maravilhoso.
Freeman - Agora você veja, nesse tempo todo de trabalho juntos eu não vi o Michael crescer…
Caine - Ah, eu sou velho demais para crescer…eu só fico mais pesado (rindo)
Como vocês reagiriam se acordassem no meio da noite e deparassem com um sujeito de capa, máscara, todo vestido de látex negro?
Freeman - Eu correria para o espelho para ter certeza de que eu estava acordado. Seria apavorante. Seria apavorante se qualquer pessoa me acordasse no meio da noite!
Caine - Eu chamava a polícia, na hora. Discava a emergência. Um cara vestido de morcego? Tá louco?! (gargalhando)
TRAILER DUBLADO DE "BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE"
Vocês dois têm vasta e brilhante carreira, e já trabalharam em todo tipo e gênero de filme. É mais difícil participar de um arrasa quarteirão cheio de efeitos especiais?
Caine - Não acho. Uma boa atuação é uma boa atuação em qualquer tipo de filme.
Freeman - A diferença é que em filmes de ação em geral não tem muita coisa para os personagens dizerem. Pelo menos não os que me dão. Em geral eu tenho que dizer: “Fique aqui. Espere. Siga-me”.
Caine - E : “ai! Ui!”
Morgan, de todas as invenções do Lucius Fox, qual a que você mais gosta?
Freeman - Acho que os momentos mais brilhantes dele foram o Tumbler, o bat-carro, e a garra que permite que o Batman salte de um prédio para o outro e voe. Ele tinha muito orgulho desses dois.
Michael, qual o vilão mais terrível que seu menino Bruce Wayne já enfrentou?
Caine - Aquele do primeiro filme. Ra’s Al Ghul. Para mim ele foi o vilão mais terrível, porque era calmo, frio e muito inteligente. Ele tinha todo um plano. Esses são os piores.
Freeman - A vantagem é que é mais fácil esquecer os nomes dos vilões que dos heróis.
Caine - Não queremos saber de vilões. Nosso negócio é o heroísmo.
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