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Brian de Palma acha possível ganhar prêmio gay em Veneza pelo filme "Passion"

Rachel McAdams e Noomi Rapace contracenam em "Passion", de Brian De Palma - Divulgação
Rachel McAdams e Noomi Rapace contracenam em "Passion", de Brian De Palma Imagem: Divulgação

Neusa Barbosa

Do Cineweb, em Veneza

07/09/2012 11h12

O veterano cineasta norte-americano Brian de Palma, que mostrou nesta sexta-feira (7) um dos últimos concorrentes ao Leão de Ouro "Passion", demonstrou ótimo humor na coletiva de imprensa. Quando lhe perguntaram se pode levar o Queer Lion, um prêmio alternativo para filmes de temática gay - como o seu, que aborda a mórbida relação sexy e profissional entre Rachel McAdams e Noomi Rapace -, De Palma imediatamente concordou: “Claro que sim!”.

De Palma está de volta a Veneza exatamente cinco anos depois de um filme de perfil inteiramente diferente, "Crimes de Guerra" (2007), que abordava um episódio chocante na guerra do Iraque.

Em "Passion", uma coprodução franco-alemã, De Palma refilmou "Crime d’Amour" (2010), do francês Alain Corneau, que trazia nos papéis principais a inglesa Kristin Scott Thomas e a francesa Ludivine Sagnier.

Agora, pertence à canadense Rachel McAdams ("Meia-Noite em Paris") o papel de uma executiva impiedosa, Christine, que abusa da passividade de sua assistente, Isabelle (a sueca Noomi Rapace, de "Prometheus"), roubando suas ideias para subir na carreira. Um relacionamento que evolui para envolvimento sexual entre as duas e um mesmo amante (Paul Anderson), entre elas mesmas e depois inclui inclusive uma assistente de Isabelle, Dani (a alemã Karoline Herfurth).

A acolhida do filme, no entanto, não foi tão boa. Houve algumas vaias inclusive no início da coletiva de imprensa, o que é raridade absoluta nestas situações, especialmente em Veneza, onde todo e qualquer diretor e elenco são recebidos com palmas e elogios do tipo: “Obrigado pelo seu filme”.

Sexo como arma

Única atriz presente à coletiva, Noomi Rapace comentou que as cenas íntimas entre ela e Rachel McAdams foram desenvolvidas aos poucos. “Falamos sobre isso e fomos experimentando, além de falar com De Palma. Fizemos diversos takes, uns mais sensuais, outros menos”. Para Noomi, as duas personagens “usam o sexo como arma. Elas não estão apaixonadas”.

Para o diretor, o novo filme trata-se de “uma história sexy de assassinato”, que foi ambientada em Berlim, ao invés de Londres, como pensado inicialmente, porque veio da Alemanha a maior parte do orçamento e também porque, na capital alemã, ele disse dispor de “uma ótima equipe técnica”.

Pela sétima vez, De Palma contou com a parceria do compositor italiano Pino Donaggio, que colabora com ele desde "Carrie, A Estranha" (1976), e contribui para um dos excessos deste novo filme - a trilha sonora insistente.

No mais, embora siga um gênero caro a De Palma, o thriller fica muito aquém de trabalhos anteriores de sua carreira, caso do citado "Carrie", e também "Vestida para Matar" (1980) ou "Dublê de Corpo" (1984).