"Resident Evil 5" capricha nos efeitos 3D, mas é visão ingênua dos videogames no cinema
Já não é surpresa para ninguém que os filmes da franquia "Resident Evil" trilham um caminho diferente dos games nos quais são inspirados. "Retribuição", que estreia nesta sexta-feira (14) em 46 salas de cinema no Brasil, leva as coisas ainda mais longe, mas traz dezenas de referências aos jogos eletrônicos.
A heroína Alice (Mila Jovovich) retorna à ação, praticamente de onde a trama parou em "Resident Evil 4".
A mocinha é capturada pela Umbrella Corporation, mas com a ajuda de aliados improváveis, precisa escapar de uma instalação submarina, enquanto detalhes sobre a disseminação de um vírus e do passado de Alice são revelados.
A partir daí, tudo vira uma sequência de explosões, lutas arrastadas e tiroteios pouco convincentes, que só conseguirão agradar aos expectadores mais novinhos.
Há bons momentos, como no começo, quando Alice aparece como uma dona de casa normal, casada e mãe de uma garotinha. Os eventos seguintes rendem alguns sustos, mas logo tudo volta "ao normal": leia-se garotas em trajes colantes, monstros gigantescos e diálogos superficiais.
Estética de videogame
"Resident Evil 5: Retribuição" é um retrato cruel de como os games são vistos por Hollywood. Os personagens são bidimensionais e atuam como "action figures" e não pessoas de verdade. As lutas não têm a suavidade do cinema "chanbara", mas sim versões robóticas das coreografias de "Matrix", de 1999.
A estética de videogame obsoleto é sentida o tempo todo: Alice e seus aliados atravessam estágios artificiais e com tipos específicos de inimigos para chegar ao seu objetivo. Pode ter funcionado no primeiro "Resident Evil", em 2002, mas hoje nem mesmo os jogos adotam um formato tão previsível.
O pior é saber que muito disso é culpa dos próprios games. Afinal, para cada obra de arte jogável, há centenas de jogos que não passam de apanhados de explosões, tiroteios, violência gratuita e garotas com atributos físicos exagerados -- principalmente entre os jogos que se dizem "maduros".
O que salva "Resident Evil 5: Retribuição" são os efeitos 3D, utilizados de forma soberba em toda a produção e as referências aos jogos: o visual perfeito de Ada Wong e Barry, a participação de Leon Kennedy e, claro, os diversos monstros da Umbrella, todos retirados dos games da Capcom. O detalhe curioso fica por conta do traje de Alice, que vem de outro título da produtora nipônica: é a roupa de Regina, de "Dino Crisis".
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