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Rodrigo Santoro ganhou papel em "Encontrará Dragões" depois de 15 minutos de conversa

O ator Rodrigo Santoro circula pelos corredores do Festival de Cinema do Rio (29/9/12) - AgNews
O ator Rodrigo Santoro circula pelos corredores do Festival de Cinema do Rio (29/9/12) Imagem: AgNews

Chico Fireman

Do UOL, em São Paulo

29/09/2012 17h37

Rodrigo Santoro segue na incansável missão de solidificar sua carreira internacional. “Estou cansado de tanto trabalho e de tanto viajar, mas estou feliz”, afirma o ator. O mais novo capítulo de sua empreitada em língua estrangeira é “Encontrará Dragões: Segredos da Paixão”, filme que estreia neste domingo na programação do Festival do Rio. Além de divulgar o novo trabalho, o ator é um dos cicerones do diretor Roland Joffé, convidado do evento, que veio lançar no país. 

“Eu conversei com Rodrigo por 15 minutos e já sabia que ele era a pessoa certa para o papel. É uma pessoa imaculada”, definiu Joffé. No filme, uma superprodução estrelada por um elenco internacional, Santoro tem um papel-chave. Ele interpreta o líder revolucionário Oriol, que protagoniza uma cena que muda o destino dos personagens principais do longa.

Eu conversei com Rodrigo por 15 minutos e já sabia que ele era a pessoa certa para o papel. É uma pessoa imaculada

Roland Joffé

“É um personagem trágico. Ele se apaixona e isso é impossível para uma pessoa que tem um papel fundamental no comando de uma guerra”, afirma Santoro. Apesar do filme narrar uma história da Espanha, os atores interpretam em inglês. “Era uma exigência comercial para que o filme pudesse ser produzido”, explica o diretor, que contou com um imenso elenco internacional, como o americano Wes Bentley, a iraniana Golshifteh Farahani e o inglês Dougray Scott.

O filme, também escrito pelo diretor, traz um recorte da vida do padre Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei, estrutura da Igreja Católica formada por religiosos e leigos que difunde a doutrina cristã pelo mundo. Mas o foco não é exatamente a religião, mas os bastidores da relação de Escrivá com o amigo Manolo Torres, durante a Guerra Civil Espanhola. 

“Eu sou agnóstico”, afirma Roland Joffé, que diz que decidiu fazer o filme para falar sobre perdão. É a segunda vez em que um padre tem um papel central num filme no diretor. “A Missão”, de 1986, acompanha os jesuítas na América do Sul,  primeira vez em que o cineasta esteve no Brasil. Algumas cenas do longa foram rodadas nas Cataratas do Iguaçu. O novo filme teve locações na Argentina.

O filme não foi muito bem recebido na Espanha. Joffé afirma que essa recepção faz parte de uma “tendência do espanhol a dizer ‘não’”.

Já Santoro, não para de trabalhar. O brasileiro estará na sequência de “Rio” e seu próximo filme será “300: Rise of an Empire”, que já foi rodado, em que o ator volta a interpretar o personagem Xerxes, seu papel de maior destaque em Hollywood até hoje. “Estou assim (com os cabelos bem curtos) por causa do filme. Não é piolho, não”, brinca o ator. Ele afirma que a história do novo longa é original, embora baseada no universo do filme de Zack Snyder. “Não é uma continuação, nem uma história prévia. Tem outro ponto de vista, você vai ver”, convida o ator.