Filme israelense indicado ao Oscar coloca pai e filho em lados diferentes
Unanimidade é uma boa palavra para descrever a comoção com que o longa-metragem iraniano “A Separação” foi recebido na temporada de prêmios de cinema nos Estados Unidos. Saudado como uma obra-prima, o trabalho de Ashgar Farhadi não deixou nenhum outro filme diminuir sua imensa lista de troféus. Entre os adversário derrotados pelo iraniano no Oscar de filme estrangeiro, estava um longa israelense que só agora chega ao Brasil.
“Nota de Rodapé”, dirigido pelo americano Joseph Cedar, é um dos destaques do Festival do Rio. O filme é centrado na difícil relação entre pai e filho, que dedicaram suas vidas à pesquisa científica, mas sempre em campos opostos do pensamento. A estrutura é de comédia dramática, com truques narrativos que ‘claquetam’ cada capítulo da história e explicações, no melhor estilo Jorge Furtado, que dão ao filme um quê mais pop.
Cedar usa protótipos para desenvolver seus personagens. O pai é um homem amargurado, recluso, que rejeita o mundo acadêmico que nunca reconheceu seu trabalho. O filho representa o pesquisador do novo milênio, reconhecido e celebrado pelos colegas. Com esses perfis definidos, o diretor faz um estudo sobre diferenças e tolerâncias dentro de um núcleo familiar, em que o ressentimento ocupa um espaço tão grande ou maior do que o amor.
Vez por outra, o cineasta simplifica as relações, o que só não prejudica o resultado do filme por causa das grandes interpretações dos dois protagonistas. Se Lior Ashkenazi é puro equilíbrio na caracterização do filho, Shlomo Bar-Aba, que ganhou o equivalente israelense ao Oscar de melhor ator pelo papel do pai, mesmo interpretando um personagem preso a uma fórmula, tem uma performance tão cheia de detalhes e minúcias que soterra qualquer maneirismo do roteiro. Mas nada que torne o filme especial ou o transforme numa ameaça para “A Separação”. Parece que desta vez o Oscar acertou.
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