Homenagem aos filmes de terror, "O Segredo da Cabana" é rico em referências pop
O diretor e roteirista escreveu alguns episódios da série “Lost” e o filme “Cloverfield – Monstro”. O corroteirista foi quem criou “Buffy – A Caça-Vampiros” e dirigiu “Os Vingadores”, além de ser um dos mais respeitados escritores de quadrinhos nos dias de hoje. Com tantas referências pop e informação de que a dupla é fã do cinema de terror, “O Segredo da Cabana”, atração do Festival do Rio, é um programa obrigatório para quem gosta de levar uns sustos.
O longa de Drew Goddard parte de um princípio comum a muitos dos slasher movies (os filmes em jovens são assassinados) que povoaram os cinemas e vídeo-cassetes nos anos 80: um grupo de amigos vai passar o fim de semana numa cabana, no meio da floresta. Da série “Sexta-Feira 13” ao cultuado “A Morte do Demônio”, de Sam Raimi, dezenas, talvez centenas de filmes de baixo orçamento, obedeceram ao mesmo roteiro.
Mas o roteiro de Goddard e Joss Whedon tem bem mais ambição do que simplesmente encontrar as maneiras mais criativas de mandar um jovem pro descanso eterno. “O Segredo da Cabana” é um filme de simulacros. Nada é o que parece no longa estrelado por um ainda minguado Chris Hemsworth, que depois viria a encarnar o deus do trovão em “Thor” e “Os Vingadores”. Cada detalhe esconde um segredo que esconde outro segredo até que não haja maior profundeza possível.
Nesta sucessão de camadas sobrepostas de maneira deliciosa pelos roteiristas, o filme se transforma numa homenagem não a um subgênero do cinema de terror, mas ao terror em si - antes mesmo de existir cinema - quando as criaturas que povoavam lendas e mitologias evocavam um medo ancestral. Pois é, “O Segredo da Cabana” é como o princípio de todo o mal, mesmo que reality shows e referências aos filmes de zumbis, além de um humor refinado, tragam o filme para perto do público de hoje.
O Festival do Rio acaba com a tortura da espera do espectador brasileiro pelo filme. Previsto inicialmente para agosto, o longa, que estreou em abril nos EUA, só deve chegar às telas do país em novembro. É uma bela oportunidade para ver o filme mais ambicioso e divertido da temporada, cuja trama pode ser interpretada como uma metáfora para os dias de hoje, em que nada parece ter um fim em si mesmo.
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